Um surto de uma doença ainda não identificada tem se espalhado por
Camaçari, Grande Salvador, deixando moradores do local assustados. Segundo
reportagem publicada na edição desta quarta-feira do jornal A TARDE, os
sintomas relatados pela população são de vermelhidão, prurido (coceira) e, em
alguns casos, febre e dor no corpo. Segundo o diretor da Vigilância
Epidemiológica da cidade, Celso Joélio, o problema está sendo investigado. Os
18 primeiros casos foram registrados no dia 10 de fevereiro nos bairros Gravatá,
Cristo Redentor, Alto da Cruz e Parque das Mangabas. De acordo com Joélio,
metade destas pessoas deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do
Gravatá e as outras no Hospital Geral de Camaçari. Ainda no início de
fevereiro, os pacientes foram submetidos a exames de sangue para descobrir qual
seria a doença.
As primeiras suspeitas seriam de sarampo, rubéola, dengue e febre
chikungunya. No entanto, as análises realizadas no Laboratório Central do
Estado (Lacen) descartaram as suspeitas iniciais. “Suspeitamos de sarampo,
rubéola, dengue e chikungunya, mas os
exames deram negativo. Além disso, os primeiros pacientes não relataram febre,
sintoma característico”, revelou o gestor. Ainda segundo a reportagem, cerca de
300 pessoas são atendidas por dia. Um médico, que não quis se identificar,
revelou que a doença é responsável por 90% das entradas na Unidade de Pronto
Atendimento (UPA) Nova Aliança nas últimas semanas. Celso Joélio afirmou que,
na semana passada, procurou o Núcleo de Vigilância Epidemiológica do Estado e
que continua encaminhando amostras de sangue para o Lacen. "Pode ser um
comportamento atípico de uma dessas doenças exantemáticas, popularmente
conhecidas como viroses. Vamos incluir a roséola na lista de análises",
disse. Enquanto a doença não é descoberta, moradores afirmam suspeitar que o
fato de a cidade estar próxima à um polo industrial pode ter provocado
alterações na água e no ar, causando os sintomas. Sobre a suspeita de poluição
da água, Celso Joélio afirmou que encaminhou amostra de água para análise de
coliformes fecais e turbidez, mas não foi encontrada anormalidade. Quanto a
suspeita de poluição da água, Érico Oliveira, superintende do Comitê de Fomento
Industrial de Camaçari (Cofic), relatou que a Cetrel, empresa que faz controle ambiental da região, não registrou
nada de anormal e afirmou que “é preciso investigar e não ligar o caso à proximidade com as
indústrias antes de um embasamento técnico. Bahia Notícias