A sanha explosiva dos
assaltantes de bancos na Bahia já fizeram 58 ataques neste ano. Do total, 47
ocorreram no interior do estado, e 11, na capital baiana. Segundo dados do
Sindicato dos Bancários da Bahia, a maior parte das ocorrências (63,8%) foi de
explosões, como a que ocorreu na virada de ano em Esplanada, no agreste baiano,
ou no dia 12 de fevereiro em Utinga, na Chapada Diamantina – em uma explosão
que chegou a acordar a cidade –, ou no último registro desta sexta-feira (20)
em Saubara, no Recôncavo. No entanto, as ações de combate ao crime têm sido
quase inexistentes, na avaliação da entidade. De acordo com Augusto
Vasconcelos, presidente do sindicato, um dos pontos críticos é o baixo
investimento das instituições financeiras em segurança, com apenas 5% do lucro
empregado no setor. O pior é que quase a totalidade (ou 90% desses 5%) vai para
a proteção das operações virtuais, o “internet banking”, opina. “É baixíssimo o
investimento em segurança [...] Só para se ter ideia, o sistema financeiro brasileiro
obteve lucro de mais de R$ 60 bi no ano passado”, diz Augusto Vasconcelos em
entrevista ao Bahia Notícias. O sindicalista chama à atenção para outro
impacto, que vai além do monetário. "Eu estive em Amargosa recentemente e
pude constatar relatos de bancários, clientes e usuários que desenvolveram
problemas e transtornos psicológicos depois de presenciarem assaltos",
relata.
Conforme o sindicalista,
outro problema é a quantidade pequena de policiais lotados nas cidades. O BN
constatou que dos 46 municípios do interior que sofreram ataques neste ano, dez
deles tinham dois, ou três, policiais de plantão no momento dos crimes. Ainda
segundo o presidente do sindicato dos bancários, medidas como instalação de
câmeras nas fachadas das agências – prerrogativa das prefeituras – e
interligadas ao comando da polícia baiana, bem como dispositivos que queimem ou
danifiquem as notas (ainda sem regulamentação no país) devem ser instalados
para enfrentar o problema. Outra solução seria a instalação de vidros blindados
ou lâminas de segurança nos estabelecimentos. Isenção para clientes de tarifas
on-line também foi sugerida para diminuir a necessidade das agências físicas.
Um dado curiosos na contabilidade dos ataques a bancos é que enquanto os
assaltos diminuem, as explosões aumentam. Em 2013, foram 193 ocorrências, com
100 explosões e 38 assaltos. No ano seguinte, 2014, foram 230 ataques, com 166
explosões e 16 assaltos. Em três meses incompletos, 2015 já assinala 37
explosões, com quatro assaltos. Para tentar baixar o fogo dos bandidos, na
primeira metade de março, o governador, Rui Costa, encaminhou propostas ao
Ministério da Justiça e à Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para coibir
as ações criminosas, como marcadores químicos e identificação de número de
série de explosivos usados nas ações. Bahia Notícias