Pesquisadores baianos
descobriram nesta quarta-feira (29) o zika vírus, causador da doença misteriosa
que atingiu cerca de 3.500 pessoas, segundo dados da Secretaria de Saúde do
Estado da Bahia (SESAB). Em conversa com o Bahia Notícias, o pesquisador Gúbio
Soares, que participou junto à pesquisadora Sílvia Sardi do estudo que levou à
descoberta, explicou como chegaram ao vírus causador da enfermidade. “Recebemos
amostras de um médico amostras de soros de Camaçari. Ele nos mostrou fotos dos
casos e nos relatou tudo. Começamos os estudos para tentar encontrar dengue,
chikungunya, mas analisamos várias amostras do vírus e não encontramos estas
doenças. Começamos a encontrar o vírus através de uma técnica chamada RT-PCE”,
contou.
Descoberto em 1947, em Uganda, leste da África, o zika vírus teria
chegado à Bahia através de turistas, durante a Copa do Mundo. É o que acredita
o especialista: “este vírus causou um surto na Polinésia Francesa em 2013.
Acreditamos que, com a vinda de milhões de turistas visitando a Bahia durante a
Copa, eles tenham trazido o vírus junto”, deduziu. De acordo com Soares, a
doença, transmitida por vários mosquitos da espécie aedes, não é tão grave
quanto à dengue e a febre chikungunya. “Ela é branda, não causa hemorragias. O
paciente sente como se tivesse tendo uma alergia, além de dor nos olhos e, em
alguns casos, quadros de conjuntivite, mas não existem casos de óbitos
provocados pela doença”, explicou. O pesquisador também afirmou que o
tratamento da doença é feito com medicamentos para dores no corpo e febre e que
não há nenhum tipo de kit que possa diagnosticar a enfermidade rapidamente. Ele
ainda disse que a principal forma de prevenção da doença é o combate ao
mosquito aedes. “Esta é a principal medida profilática. A população precisa
combater o aedes, pois quanto mais mosquito você tem, maior a probabilidade de
adquirir a doença”, ressaltou.