Chefes de facções tinham privilégios em presídio de Feira, diz CNJ

Um relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) feito com base em inspeção realizada no Conjunto Penal de Feira de Santana no ano passado revelou que membros das facções que atuam no local recebem algumas “regalias”. O local foi palco de uma rebelião neste domingo (24) que terminou com nove mortos. O documento, de acordo com matéria do Correio, diz que a administração do presídio, “para obter a adesão da massa carcerária aos seus propósitos, estabeleceu um sistema de benefícios e privilégios para ‘os frentes’ – chefes de facções e líderes do crime dentro e fora dos presídios”. O relatório diria, ainda, que os beneficiados seriam os responsáveis por controlar e acalmar o restante da carceragem, e que a venda de produtos como drogas ocorre no local sem restrições. Na época da inspeção, que fez parte do mutirão carcerário no estado, também foi identificada a ocorrência de encontros íntimos nas celas, que permitia “muitos abusos e absurdos, com permanente risco das companheiras serem usadas no transporte de objetos, além da iminência de estupros, como noticiado por agentes penitenciários”, além de superlotação – com capacidade para 644 pessoas, o conjunto penal acolhia 1.245 presos. Por causa dos problemas, o CNJ considerou que o “presídio pode ser o mais problemático e o de maior complexidade para a solução da criminalidade em Feira de Santana e Salvador”. Responsável pela administração do presídio, a Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) não se pronunciou até o fechamento da matéria. BN

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