O programador Javier Santos revelou que uma atualização do comunicador
WhatsApp trará uma opção para que mensagens criptografadas sejam indicadas por
um cadeado. Santos é responsável pela criação de um aplicativo não oficial para
a instalação de versões de teste (versões "beta") do WhatsApp para
Android e identificou a possível novidade analisando novos recursos presentes
no app. A criptografia embaralha mensagens de maneira que somente o telefone do
destinatário seja capaz de decifrá-la. Um grampo - seja de um hacker ou da
polícia - não poderia ler as mensagens trocadas com essa proteção. O WhatsApp
já está criptografando pelo menos parte das comunicações que ocorrem em sua
rede desde novembro de 2014, mas os usuários não têm sido notificados desse
recurso pelo app. Também não é possível diferenciar uma comunicação
criptografada de uma comunicação comum, o que pode acontecer em certos casos,
dependendo da versão do app nas duas pontas da conversa. Ao contrário da
maioria dos sistemas de criptografia, que exigem uma configuração e podem ser
difíceis de usar, a criptografia no WhatsApp ocorre de maneira totalmente
transparente para os usuários. Ou seja, ela é automática e não é possível nem
mesmo saber que ela está sendo usada. A medida deve dificultar ainda mais o
trabalho de autoridades que buscam desvendar crimes por meio de grampos e
interceptação de mensagens trocadas pelo WhatsApp. Caso haja qualquer
interferência que impeça o uso da criptografia, usuários poderão perceber que
há algo de errado a partir da nova versão. Informar claramente aos usuários que
suas mensagens estão protegidas contra grampos pode agravar ainda mais a
relação do WhatsApp com autoridades em diversos países, inclusive no Brasil. O
WhatsApp poderá continuar alegando que é incapaz de cumprir ordens judiciais
que solicitem o conteúdo da comunicação dos usuários. Outra mudança que deve
chegar ao WhatsApp é uma integração com o Facebook. A configuração parece vir
desabilitada por padrão, segundo Santos. Mas, como os recursos ainda não foram
integrados definitivamente ao WhatsApp, é possível que ocorram mudanças até o
lançamento de uma versão do app para uso geral. G1