A família do professor Élio de
Carvalho, 58 anos, lançou uma campanha nas redes sociais para pressionar a
Universidade de São Paulo (USP) a liberar o uso da pílula contra o câncer. Um
abaixo assinado que já conta com mais de nove mil assinaturas foi lançado para
exigir a instituição cumpra uma liminar da Justiça e envie a segunda remessa do
medicamento.
Professor e sociólogo de Santo
Antônio de Jesus, Élio Carvalho, 58 anos, foi diagnosticado com câncer de
língua em março de 2015. Ele iniciou o tratamento contra a doença no hospital
Aristides Maltez, mas seu quadro piorou e a família conseguiu transferi-lo para
o Hospital do Câncer de Jales, em São Paulo.
Lá, ele passou por sessões de
quimioterapia e radioterapia, mas não teve resultados. Seu filho, então,
começou a pesquisar terapias alternativas e descobriu a "pílula do
câncer", que são cápsulas de fosfoetanolamina sintética desenvolvidas pelo
Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP).
“Em novembro chamaram a gente
e disseram que ele já estava com os dias contados. O que eu fiz? Eu li sobre a
fosfoetanolamina na internet. Procurei o lattes do professor que desenvolveu,
Gilberto Chierice, vi que era sério e entrei na justiça para conseguir o
direito à pílula”, contou o estudante Caio Machado, 26.
Melhora - Uma liminar concedida por um juiz de Santo
Antônio de Jesus assegurou o direito do professor de receber o medicamento, que
não é comercializado nem distribuído por não ter passado pelos testes
requeridos a fim de ser liberado ao público.
“Com a pílula meu pai melhorou muito. Ele tomava 16
comprimidos de morfina por dia. Com a fosfo ele não tomava nenhum remédio de
dor. Os ferimentos sumiram, o aspecto da língua melhorou e os tumores foram
secando e ele conseguiu andar”, relatou Caio.
A família recebeu 180 cápsulas, que foram ingeridas por 30
dias. “Quando a primeira remessa acabou, a Procuradoria da USP se recusou a
mandar mais comprimidos. Disseram que estavam acostumados a ouvir histórias
tristes como as nossas”, disse Caio.
Hoje a família do professor luta mais uma vez na justiça
pelo direito de receber o remédio. "Se isso for placebo não sei o que é
cura. Não é falso milagre. As pessoas indicam pra gente coisas mirabolantes.
Nenhuma funcionou como a fosfo. É mais fantástico que qualquer analgésico”,
afirmou o estudante.
Portal do Cleriston Silva