Cerca de 300 jumentos foram
abatidos no município de Miguel Calmon, no Centro-Norte da Bahia, esta semana.
Até outubro, dois mil animais serão sacrificados. Segundo a Secretaria Estadual
de Agricultura (Seagri), a maioria dos animais foi capturada em rodovias
estaduais e federais, na Bahia.
A carne será usada para
consumo animal e o couro será exportado para a China. Os dois mil animais vão
gerar cerca de 200 toneladas de produtos, não destinado à alimentação humana.
Em nota, a assessoria da Seagri informou que a ação foi realizada com base na
Portaria nº 255, de junho de 2016, que define os critérios para o abate de
equídeos na Bahia.
“Neste primeiro momento foram
abatidos mais de 300 animais, e toda a atividade contou com a inspeção de cinco
médicos veterinários da ADAB, que garantiram o cumprimento de todas as
exigências higiênico-sanitárias e de bem-estar animal”, diz a nota.
Antes de serem abatidos, os
animais passam por exames clínico e laboratorial. Os jumentos precisam ter, no
mínimo, 100 quilos para serem sacrificados. Ainda segundo a assessoria, o
frigorífico Frigocesar de Miguel Calmon é o único estabelecimento na Bahia
autorizado a fazer os abates.
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O diretor-geral da Agência de
Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Marco Vargas, informou que a legislação
proíbe o abate de equídeos para o consumo humano. “Como forma de
aproveitamento, a carne será doada ao zoológico de Salvador, que vai alimentar
grandes animais e o resíduo restante vai ser transformado em ração animal, em
uma graxaria (fábrica de produtos não comestíveis)”, disse, em nota.
Parte dos animais foi
adquirida também em parceria com a Seinfra, DNIT e Polícia Rodoviária Federal e
Estadual, e criadores da região. Segundo a Seagri, a apreensão dos animais
evita acidentes em rodovias e a disseminação de doenças infecciosas e zoonoses.
A assessoria do Ministério
Público Estadual (PRE) informou que a promotoria de Miguel Calmon recebeu a
informação sobre o procedimento nesta quarta-feira (13) e que vai apurar o
caso. O promotor responsável não foi localizado.
Ilegal
Nesta terça-feira (12), o
frigorifico Frigoserra, no município de Serrinha, no Nordeste da Bahia,
desistiu de realizar o abatimento de jegues, equídeos, mulas, jumentos e outros
animais. Em nota, a assessoria do MPE informou que a decisão foi tomada depois
de uma recomendação feita pelo órgão. Um dia antes do abatimento ilegal de
jegues, a Promotoria tomou conhecimento do caso e foi até o frigorífico.
“No documento, a promotora
orienta ao estabelecimento que seja comprovado, no prazo de 24h, o
encaminhamento dos animais para pastagem, disponibilizando água, alimentação,
tratamento e abrigo adequados, por meio, inclusive, da apresentação de laudo
técnico por profissional habilitado, acerca das condições dos animais”, diz a
nota.
O Frigoserra terá que
apresentar uma série de documentos, incluindo a autorização prévia do serviço
de inspeção estadual e federal para abates destes animais.
A promotora de Justiça Letícia
Baird afirmou que não considera a matança autorizada de jegues a “solução adequada
e ética sob o viés normativo internacional e constitucional, sobretudo em se
tratando de animais historicamente explorados, em situação de risco e
maus-tratos”, disse em nota. Fonte: Correio 24h.