Greiciara Belo Vieira, 19
anos, grávida de nove meses, foi assassinada para ter o bebê que estava
esperando retirado da barriga e roubado em Minas Gerais. Quatro dos seis
acusados pelo crime foram apresentados à imprensa na terça-feira (23), com dois
foragidos. Shirley de Oliveira Benfica, 39, é apontada como a mandante. Ela
estava enganando o namorado fingindo uma gravidez e, por isso, precisava de um
bebê para completar o golpe.
A polícia diz que Vieira
estava viva quando teve a barriga cortada para retirada do bebê. Moradora de
Uberlândia, a 537 km de Belo Horizonte, ela foi sequestrada lá e levada até uma
cidade próxima, Ituiutaba, onde foi morta. Ela desapareceu na quinta e teve o
corpo encontrado no domingo (21).
O delegado Carlos Antônio
Fernandes diz que Shirley Benfica organizou o crime e contratou os executores
depois de inventar uma falsa gravidez para família e namorado. Há oito meses,
quando o namorado tentou terminar a relação com ela, Shirley disse que estava
grávida, em uma tentativa de impedir o fim do namoro, o que inicialmente deu
certo.
"A mandante do crime
apresentava a familiares e ao namorado ultrassons que falsificou, dizendo que o
parto seria esta semana. Ela chamou os autores e disse que precisava de uma
criança", afirmou Fernandes ao Uol.
Para manter a mentira da
gravidez, Benfica pediu a uma amiga, a técnica de enfermagem Jacira de
Oliveira, 48, que conseguisse uma criança para ela adotar. As duas entraram em
contato com Lucas Mateus da Silva, 22, que indicou Greiciara Vieira como uma
possível vítima.
Lucas marcou encontro com
Greiciara, que ele conhecia, na quinta, dizendo que queria entregar um presente
para o bebê. Depois, a convidou para uma festa. A grávida fumou maconha e
depois bebeu refrigerante que estava com um medicamento. Passando mal, ela
aceitou uma carona oferecida por Shirley, que também estava no local.
A grávida foi levada por
Shirley, pela técnica de enfermagem, por Lucas e por Jonathan Martins Ribeiro
de Lima, 24, conhecido como Yasmin, que também estava na festa, para um matagal
perto de uma represa em Ituitaba.
Roubo do bebê e morte
O grupo usou éter para fazer a
grávida desmaiar, mas não teve efeito. A técnica em enfermagem fez uma incisão
quando a grávida ainda estava viva. Ainda acordada, ela teve a criança retirada
da barriga e depois foi enforcada até a morte. Segundo o delegado, a mandante
dizia para todos que não estava com muita barriga de grávida porque tinha feito
uma abdomenoplastia (cirurgia para retirada de gordura e pele) e a criança
estaria por baixo da costela. "Eles acreditaram", diz o delegado.
O bebê foi encontrado em bom
estado de saúde na casa de uma babá contrata para cuidar dele - ela não tinha
conhecimento do crime. A criança foi internada no Hospital das Clínicas de
Uberlândia. Os acusados pelo crime podem pegar até 40 anos de prisão.
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