Numa tentativa de aumentar
sua popularidade em meio às reações contra as reformas da Previdência e da
legislação trabalhista, o presidente Michel Temer vai anunciar um novo reajuste
do Bolsa Família, que pode chegar a 5%. Segundo o ministro do Desenvolvimento
Social e Agrário, Osmar Terra, o aumento no valor do benefício, hoje em média
de R$ 182 por família, será oficializado em julho e ficará um pouco acima da
inflação verificada no período. Em discurso na reunião ministerial convocada
para esta sexta (12) para marcar o primeiro ano de seu governo, Temer apontará
o aumento concedido ao Bolsa Família em junho do ano passado, de 12,5% —após
dois anos sem reajuste— e o fim da fila dos interessados nos benefícios.
O ministro Osmar Terra
afirmou que havia cerca de 500 mil famílias à espera de uma vaga do programa
até o fim do ano passado. Nos três primeiros meses deste ano, porém, esse
número chegou a zero, segundo o ministro. "A fila chegava a 500 mil
famílias que levavam um ano para entrar no programa. Hoje, zeramos a fila e o
prazo fica entre um e dois meses", afirmou Terra à Folha. Nem todos os
pobres e miseráveis do país estão na fila do Bolsa Família, porque o cadastro
do programa é feito pelas prefeituras. Elas muitas vezes têm dificuldades para
localizar os pobres, e muitos acabam fora do programa por causa de falhas
técnicas e problemas com documentação. O Bolsa Família atendia a 14 milhões de
famílias, segundo levantamento do Palácio do Planalto, no fim do governo Dilma
Rousseff (PT), em maio de 2016. Em abril deste ano, 13,4 milhões estavam
inscritas no programa. O ministro atribui essa queda aos controles internos do
programa, que cruza dados dos beneficiários com outras fontes de informação
para identificar desvios. Nos últimos meses, 1,1 milhão de famílias foram
excluídas depois que os controles indicaram que elas informavam renda menor do
que a verdadeira. "O governo retirou essas famílias do programa e outras
foram incluídas, daí a diferença nos números", afirmou o ministro Osmar
Terra. Outras medidas de apoio ao programa também serão anunciadas nas próximas
semanas na tentativa de turbiná-lo. O presidente Temer disse a aliados que, diante
da oposição às reformas seu governo precisa mostrar que também atua na área
social.
PRÊMIO Entre as iniciativas
em estudo, estão medidas de apoio ao que o governo chama de "inclusão
produtiva", como prêmios em dinheiro para municípios que gerarem emprego
para beneficiários, emancipando-os do programa. Se um beneficiário do Bolsa
Família consiga um emprego com carteira assinada, ele receberá o valor do
benefício por mais dois anos, explica o ministro Osmar Terra. Se ficar sem
trabalho no fim, poderá voltar para o programa. "As pessoas tinham medo de
arrumar emprego de carteira assinada e perder o benefício. Agora, vamos dar a
garantia que, por dois anos, permanece recebendo a renda e, caso perca o
emprego, voltará automaticamente para o programa", diz Terra.
Fonte: Folha de S. Paulo
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