Após a reportagem divulgada
pelos programas Acorda Cidade e Nas Ruas e Na Polícia, mostrando a realidade
sofrida de Ana Cleide de Jesus Santos, 33 anos, que mora com quatro filhos e o
marido, muitas pessoas se solidarizaram e se mobilizaram para ajudar a família.
Diante das dificuldades, Ana
Cleide chegou a procurar por comida no lixo para se alimentar e alimentar os
filhos. Quando o repórter Aldo Matos esteve na casa dela para fazer a primeira
matéria encontrou um fogão sem botijão de gás e uma geladeira velha repleta de
produtos vencidos, colhidos em meio aos descartes de supermercados e lares da
cidade de Feira de Santana.
Na manhã da segunda-feira
(5) o repórter Aldo Matos retornou na casa de Ana Cleide para levar donativos
recolhidos na rádio Sociedade. Desta vez ele encontrou uma realidade bem
diferente. No semblante da mãe, a gratidão, no rosto dos filhos, a alegria. Na
mesa uma variedade de alimentos para o café e a geladeira, desta vez estava
cheia de alimentos de boa qualidade.
“Estou muito alegre, muito
feliz. Agradecemos a Deus e a todos que estão nos ajudando. Estou feliz, agora
não como mais do lixo. Vou passar muitos dias me alimentando com os alimentos
que doaram, foram muitas doações. Nunca vi essa quantidade de alimento dentro
da minha casa. Os alimentos aqui eram do lixo, vencidos. Agora são alimentos
bons. Meus filhos hoje tomaram café com cuscuz, ovo, leite, frutas. Antes não
tinha nada disso”, comemorou.
Agradecimento
Diante de tanta solidariedade, Ana Cleide agradeceu a todos que a ajudaram. “Agradeço a Deus, a Neide que fez isso por mim, ao repórter Aldo Matos e todos que vieram aqui na minha casa e se solidarizaram com minha história. Estou muita agradecida. Que Jesus abençoe todos que me ajudaram. Um abraço grande para todos e um beijo, de coração”, afirmou.
Além dos alimentos, a
família de Ana Cleide recebeu doações de roupas, botijão de gás e também de um
colchão.
Entenda mais sobre a História de Ana Cleide no texto abaixo!
Mãe alimenta filhos com
comida do lixo em Feira de Santana.
A rotina de Ana Cleide de Jesus Santos, 33 anos, todos os dias é sair em busca de alimento para os filhos. Por sempre receber um não ao bater na porta das casas e até mesmo ser xingada ao pedir ajuda na rua, não restou outra opção para a mãe de seis filhos (4 moram com ela) a não ser procurar por comida no lixo.
Na casa simples há um fogão sem botijão de gás e uma geladeira velha repleta de produtos vencidos, colhidos em meio aos descartes de supermercados e lares da cidade de Feira de Santana. O Acorda Cidade foi à casa de Cleide e a encontrou cozinhando tripa de galinha em um fogo a lenha. Ao repórter Aldo Matos, ela disse que estava feliz e agradecida, por ter encontrado o alimento no lixo de um frigorífico, só lamentou não ter o arroz porque o que conseguiu estava mofado.
Ela disse que já passou mal
por causa do que come e sabe que as crianças também correm riscos. Um de seus
filhos, de 6 anos, tem problemas cardíacos e não fala.
“Olha aqui minha geladeira,
está cheia de alimentos que peguei no lixo. A geladeira está parando de
funcionar. Aqui tem muita coisa vencida, patê, suco... Já me senti mal, mas é o
que temos para comer. Pego os alimentos do lixo para não passar fome, porque
não temos outra opção. E ainda assim a gente corre risco porque os vigilantes
vêm atrás da gente correndo e temos que largar sacola com tudo. Pegamos
alimentos em um lixão que eu invado. Tenho dois filhos que moram com os avós:
um de 17 e outro de 18 anos. Eles trabalham em outra cidade. Aqui eu cato café,
ovos, verdura, ovinho de páscoa. Meus filhos menores ficaram tão felizes com os
ovinhos”, contou emocionada.
Cleide está inscrita no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, mas ainda não foi contemplada e mora de favor em uma casa de difícil acesso no bairro Caraíbas, em Feira de Santana. O marido é desempregado e o dinheiro que ele ganha fazendo “bicos” dá apenas para pagar a conta de água e luz.
“Estou cozinhando tripa de galinha, que peguei no lixo do frigorífico, para alimentar meus filhos. Hoje só não vou ter o arroz porque só tinha esse aqui mofado. A única ajuda que tenho é de Índia, uma bênção em minha vida, e fico muito agradecida a ela”.
Índia é Neide Morais, coordenadora do Projeto Criança Feliz, que se comoveu com a história dela e passou a ajudá-la. Ana Cleide disse que a conheceu quando um de seus filhos sumiu na rua. “Fiquei desesperada porque não conseguia achar meu filho. Eu iria procurar a rádio e ela se aproximou e chamou a polícia. O sargento colocou várias viaturas e encontraram meu filho. Hoje ela é madrinha dele. Foi uma bênção em minha vida, que Deus me deu”, contou.
Fonte: Acorda Cidade
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