A semana que se inicia é derradeira para que candidatos e
partidos políticos definam as estratégias para a propaganda eleitoral de 2018.
O horário obrigatório em rádio e televisão começa na próxima sexta-feira, 31 de
agosto, e segue até o dia 4 de outubro, poucos dias antes das urnas estarem
disponíveis para os eleitores.
Será a primeira vez na
democracia recente que a propaganda eleitoral nos meios de comunicação terá uma
duração tão curta: apenas 35 dias. Antes disso, os interessados no pleito de
outubro apostaram nas redes sociais, ferramenta que já era explorada em 2014 e
agora assume um papel de maior protagonista no desempenho dos candidatos.
Enquanto alguns sinalizam que
as mídias sociais são o principal foco de investimento para atrair eleitores, a
exemplo de Jair Bolsonaro e do próprio Luiz Inácio Lula da Silva, que segue
preso desde o mês de abril, outros apostam muito na propaganda em rádio e
televisão, a exemplo de Geraldo Alckmin. O tucano não decolou nas pesquisas,
mas possui quase o dobro do tempo do horário eleitoral do que o candidato do
PT, segundo maior na disputa.
A aposta de Alckmin é baseada
na força que as inserções tiveram ao longo dos pleitos brasileiros desde 1989,
quando finalmente a redemocratização se iniciou. Todavia, a eleição de 2018 é a
primeira com encurtamento da campanha e com uma predominância da participação
de eleitores nas novas mídias. Por isso, ainda é difícil prever exatamente o
papel do rádio, da televisão e das redes sociais nos resultados das urnas.
Os dias que antecedem a
estreia do rádio e da televisão são os últimos momentos de definir estratégias
para a corrida eleitoral. Na campanha presidencial, por exemplo, haverá um
embate claro entre o candidato do PSDB e os demais postulantes ao Palácio do
Planalto para que Alckmin não seja eliminado da disputa precocemente. Já entre
os nanicos em inserções, qual será a estratégia a adotar? Pedir para que acompanhem
as ações e os projetos em outras plataformas?
Na Bahia, o governador Rui
Costa, além de favorito por controlar a máquina, é também aquele com maior
tempo no horário eleitoral. Quase o dobro de José Ronaldo, considerado o
principal adversário. Como o petista será apresentado na propaganda? Como
candidato ou como governador em busca de reeleição, apresentando um resumo dos
últimos quatro anos?
Com as limitações impostas
pela legislação eleitoral, desde o financiamento mais restrito até a demarcação
de tempo com os candidatos em tela, os marqueteiros continuarão sendo
verdadeiros magos a transformar candidatos medianos em bons nomes? Bandidos em
mocinhos? E adversários em demônios?
São muitos questionamentos em
aberto que só serão respondidos ao longo dos próximos meses e, principalmente,
após a contabilidade dos votos. Aos eleitores, cabe esperar para ver um circo
de horrores ou propostas que possam realmente mudar a realidade em que estamos
inseridos.
Augusto Urgente
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