Não adianta colocar a culpa no
bolinho de bacalhau ou na batata frita que você comeu na noite anterior. A dor
de cabeça, a tontura, a fadiga e a náusea que você sente na manhã seguinte após
uma noite de excessos são sintomas típicos de uma intoxicação por álcool. É a
famosa ressaca.
Ela começa a surgir cerca de
seis a oito horas após o consumo e a metabolização do álcool, podendo durar
intermináveis 24 horas. O surgimento dos sintomas e a intensidade deles estão
diretamente associados ao organismo de cada pessoa, além de fatores
psicológicos e do contexto sociocultural. E, claro, quanto mais álcool você
ingerir, mais sofrerá no outro dia.
Vale lembrar ainda que as
bebidas destiladas (cachaça, uísque e vodca) tendem a entrar mais rápido na
corrente sanguínea do que as fermentadas (cerveja e vinho, por exemplo). Por
isso, são mais perigosas.
Por que acontece?
O curioso é que os efeitos da
ressaca só começam a aparecer após a eliminação do álcool pelo organismo. Mais
intrigante ainda é que a ciência não encontrou um consenso para explicar todo o
processo da ressaca. As principais teorias defendem que ela é resultado dos
efeitos diretos do álcool em diferentes sistemas do organismo.
Ele aumenta a concentração de
substâncias inflamatórias, levando à mudança de humor. Também altera hormônios
que regulam o sono, assim como o nível de açúcar no sangue, causando fraqueza e
cansaço.
Outra hipótese seria a de que
a ressaca é uma crise de abstinência alcoólica. Ou fruto dos efeitos do
acetato, uma substância na qual o álcool é transformado pelo nosso organismo.
Em altas concentrações, o acetato não consegue ser totalmente processado e gera
os sintomas da ressaca.
É com base nessa teoria que se
justifica a sabedoria popular: não beba de estômago vazio! Por fim, há quem
defenda que a ressaca seja consequência dos efeitos de aditivos nas bebidas
alcoólicas.
Acredita-se que o consumo de
bebidas com alta concentração de aditivos (vinho tinto, uísque, conhaque e
tequila) aumente a frequência e a intensidade dos sintomas da ressaca, se
compararmos com as bebidas tidas como ‘claras’ (rum, gim e vodca), em geral,
com pouca quantidade dessas substâncias.
Água e repouso
Sejamos sinceros: os dois
únicos métodos eficazes para evitar a ressaca são a abstinência e o consumo
moderado. Não é bobagem, não. Um estudo feito por pesquisadores ingleses sugere
que não existem evidências convincentes de que os tratamentos contra os efeitos
do álcool sejam eficazes.
Dessa forma, a recomendação é:
não estresse ainda mais o corpo, que já está debilitado. Atenda às exigências
de seu organismo e fique em casa, no silêncio e no escuro, descansando.
Lembre-se de tomar muita água
e suco de frutas para repor vitaminas e sais minerais perdidos durante o
processamento do álcool. E não sobrecarregue seu corpo com alimentação pesada,
de difícil digestão. Prefira refeições leves.
Será que alguns hábitos podem
prevenir mesmo a ressaca?
Remédios que prometem reduzir
os efeitos da ressaca – Eles não são os mais indicados. A hidratação antes,
durante e após a ingestão de álcool é a melhor forma de restabelecer, aos
poucos, o organismo, diminuindo as sensações desagradáveis. Em geral, são
medicamentos seguros, mas seu uso deve se restringir ao período de ressaca
propriamente dito. E, como todo remédio, têm efeitos colaterais e podem
interagir com outros medicamentos.
Beber café
A cafeína atua no sistema
nervoso central e pode trazer uma sensação de revigoramento e redução da
fadiga. O café bloqueia os receptores de adenosina, uma substância que, em
excesso, pode ser prejudicial. Um recente estudo sugere que a cafeína é um bom
tratamento para a ressaca.
Tomar analgésicos
Esses medicamentos não vão
agir na causa da ressaca. A recomendação é hidratar-se bem e fazer refeições
saudáveis em vez de sobrecarregar o fígado com remédios. Não tome paracetamol
nesses momentos, pois ele pode ser tóxico ao fígado quando misturado ao álcool.
Hidratação é fundamental
O álcool inibe o hormônio
antidiurético, o que aumenta a quantidade de urina. A perda de água por conta
de diarreia e vômito pode aumentar a desidratação e as consequências são boca
seca e fraqueza. A hidratação pode atenuar o mal-estar da ressaca, mas não
alivia por completo seus sintomas.
Comer antes
O álcool compromete a
capacidade de o fígado repor a glicose. Assim, a ingestão de alimentos que
aumentem os níveis de açúcar no sangue pode diminuir a sensação de fadiga e
fraqueza oriundas causadas pela ressaca.
Com informações da Proteste
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