Mais de 380 mil
beneficiários tiveram o Bolsa Família cancelado em janeiro. O relatório do mês
de janeiro do programa Bolsa Família aponta que o número de famílias
beneficiadas foi reduzido em 381 mil em relação a dezembro de 2018. O corte,
segundo o Ministério da Cidadania, é fruto de procedimentos que geram
cancelamentos por “inadequações” e desligamentos voluntários.
Segundo o programa, em
dezembro foram pagas 14,1 milhões de famílias. Já no primeiro mês do ano foram
13,7 milhões. O pagamento dos beneficiários começou na sexta-feira, dia 18, e
obedece um calendário que leva em conta o número final de cadastro da família.
Janeiro é o primeiro mês do programa sob o governo de Jair Bolsonaro (PSL), que
assumiu dia 1º.
O valor pago em janeiro
também teve uma pequena redução nesse primeiro mês do governo, segundo o
relatório: de R$ 2,6 bilhões, em dezembro, para R$ 2,5 bilhões. O valor médio
do benefício foi de R$ 187.
Segundo afirmou ao UOL o
Ministério da Cidadania, a folha de pagamentos do programa apresenta
“oscilações mensais de seu quantitativo em virtude dos processos de ingresso de
famílias no programa, cancelamentos e manutenções dos benefícios.” O ingresso
de novos beneficiários é feito pelas famílias registradas no Cadastro Único
para Programas Sociais.
“As manutenções sobre
benefícios e, por conseguinte, os cancelamentos estão relacionados aos
procedimentos de Averiguação e Revisão Cadastrais, Fiscalização, desligamentos
voluntários, descumprimento de condicionalidades ou superação das condições
necessárias para a permanência no Bolsa Família”, informa a pasta.
“Estes movimentos de entrada
e saída de famílias é que fazem com que o total da folha de pagamentos do
programa nunca seja o mesmo quando comparado mensalmente”, completa.
O PROGRAMA
Criado em 2004, o programa
federal atende a famílias de baixa renda, especialmente do Nordeste –onde estão
metade dos beneficiários do Bolsa Família.
O valor pago a cada família
depende de condicionantes como renda per capita e número de filhos, por
exemplo. Para garantir a continuidade no programa, as famílias são obrigadas a
manterem a frequência escolar e a vacinação em dia dos filhos.
Em entrevista veiculada no
portal institucional, o ministro da Cidadania, Osmar Terra, informou que o programa
deve passar um novo modelo de gestão que deve incentivar beneficiários a
realizarem capacitações e terem mais acesso a microcrédito. A ideia seria
tentar reduzir a dependência das famílias ao benefício de superação à pobreza.
Durante a campanha, o
presidente Jair Bolsonaro prometeu criar o 13° pagamento para os beneficiários
do programa. Ainda não há anúncio oficial de quando a medida será implementada.
Nas 35 ações divulgadas pelo
governo na semana passada como prioritárias, o Ministério da Cidadania incluiu
“expandir a transferência de renda para as 14 milhões de famílias atendidas
pelo Programa Bolsa Família”, sem dar maiores detalhes.
Fonte Uol
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