Mulheres são as mais atingidas: na média, elas relataram
dormir 40 minutos a menos a cada noite no primeiro ano de vida do bebê
"Esqueça suas noites de sono" é o tipo de alerta
que todo casal que vai ter uma criança ouve dos que já passaram pela
experiência. Agora, uma pesquisa inglesa quantificou o tamanho do problema: o
sono interrompido dos pais tem sua pior fase nos três primeiros meses de vida
do infante, atinge mais as mulheres e dura por pelo menos seis anos.
Publicado no periódico "Sleep", o estudo, da
Universidade de Warwick, acompanhou 2.541 mulheres e 2.118 homens da Alemanha
que estavam esperando seu primeiro, segundo ou terceiro filho.
De 2008 a 2015, eles foram questionados anualmente sobre a
quantidade de horas que dormiam e tinham de dar notas de 0 a 10 para a
qualidade de seu sono.
As mulheres são as mais atingidas: na média, elas relataram
dormir 40 minutos a menos a cada noite no primeiro ano de vida do bebê, em
comparação com o período pré-gravidez. Nos três primeiros meses da criança, foi
relatada uma média de uma hora de sono perdido por noite.
A nota que atribuíram à qualidade dessa dormida caiu 1,7
ponto nessa fase, para as mães de primeira viagem — para as que estavam em seu
segundo ou terceiro filho, a queda na nota foi de pouco mais de 1 ponto.
Já para os homens, a média foi de 13 minutos a menos de sono,
mesmo no primeiro trimestre de vida do filho.
As condições dos pais para dormir melhoram gradativamente
após os primeiros três meses da cria, mas não atingem os níveis pré-gravidez
por pelo menos seis anos.
“Não esperávamos esse resultado, mas acreditamos que haja
muitas mudanças nas responsabilidades dos pais (nesse período)", afirmou o
doutor Sakari Lemola, co-autor da pesquisa, em entrevista ao jornal inglês The
Guardian. Ele afirmou que, apesar de as crianças tenderem a parar de chorar à
noite à medida que envelhecem, ainda podem despertar na madrugada por pesadelos
ou doença.
As preocupações associadas à maternidade e à paternidade
também contribuem para a queda na duração e qualidade do sono.
A pesquisa identificou que a amamentação também está
associada a um declínio na satisfação com o sono e em sua duração. Já a idade
dos pais, sua renda e o fato de estarem juntos ou separados têm pouca relação
com a qualidade da dormida.
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