Após denúncias de assédio, repórter é afastado de emissora

Gérson de Souza foi denunciado por colegas de trabalho


O repórter Gérson de Souza, da Rede Record, foi afastado da emissora após ter sido denunciado por assédio sexual por colegas de trabalho. Ao menos três mulheres relataram casos de abuso por parte do apresentador do programa "Domingo Espetacular". Elas registraram boletim de ocorrência em uma delegacia da Zona Oeste de São Paulo e serão ouvidas nesta semana, assim como o jornalista, de 61 anos, que nega as acusações. A polícia instaurou um inquérito nesta segunda-feira para apurar o caso.


As jornalistas acusam Gérson de importunar e constranger colegas de trabalho em diversas ocasiões. Em um dos episódios, descreveu uma das profissionais, ela estava trabalhando em seu computador quando Gérson chegou por suas costas, a puxou e beijou a mulher nos lábios sem consentimento. Em seguida ele teria dito que "roubado é mais gostoso". A mulher afirma ter ficado constrangida e sem ação. E diz ter sido chamada de "gostosa" e "delícia" várias vezes por Gérson.

Outra colega de Gérson, que também registrou boletim de ocorrência, diz ter passado por situações parecidas. Segundo ela, o jornalista faz costumeiramente comentários sobre suas pernas e decotes. Uma vez, em uma roda de colegas, contou, Gérson pegou em seu antebraço e disse que ele era "gostoso" pois parecia "a bunda, lisinho, molinho". Uma terceira colega afirmou ter sofrido constrangimentos similares, que deixavam as vítimas "sem ação".

O delegado do 23º DP (Perdizes), Rubens Barazal, afirmou que vítimas e testemunhas serão chamadas e ouvidas nesta semana pela polícia, para detalharem as acusações. Gérson será ouvido em seguida. Segundo o advogado do jornalista, Leonardo Avelar, Gérson de Souza nega qualquer tipo de assédio sexual e afirma que ele diz ter profundo respeito em relação às mulheres. — Ele aguarda com absoluta disposição ser chamado para prestar depoimentos e poder mostrar sua inocência — diz Avelar.

A Rede Record confirmou o afastamento do jornalista e afirmou que encaminhou as vítimas para fazerem a denúncia na polícia. Um advogado da emissora acompanha os trabalhos de investigação, mas disse não ter autorização para falar sobre o caso.

Gérson ficará afastado até o dia 10 de junho, quando entra oficialmente de férias. Mas a TV afirma, via assessoria de imprensa, que só deve tomar uma decisão sobre o caso quando a investigação policial for encerrada.

Fonte: iBahia





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