Modelo T4, produzido pela
Taurus, está liberado para compra de qualquer cidadão
O decreto assinado neste mês
pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, que regulamenta o porte e posse
de armas no país, permitirá a qualquer cidadão comprar um fuzil. A informação
foi antecipada pelo "Jornal Nacional". Até agora, segundo definição
estabelecida pelo Exército em 2000, poderia ser considerada de uso restrito a
arma que disparasse projétil com energia de lançamento acima de 407 joules. No
novo decreto, o limite foi ampliado para 1.620 joules.
Foto: Divulgação |
O fuzil T4, arma usada por
forças táticas militares e produzida no Brasil pela empresa Taurus, está entre
as que deixaram de ser de uso restrito. Antes, apenas algumas poucas categorias
profissionais poderiam comprar e portar as armas.
O decreto também ampliou
para um conjunto de 20 categorias profissionais que não precisarão comprovar
"efetiva necessidade" para justificar a solicitação para o porte
junto à Polícia Federal. O porte foi ampliado para todas as armas de uso
permitido.
O T4, de calibre 5.56, tem
força cinética de 1.320 joules. Segundo Benê Barbosa, especialista em armas e
integrante do Movimento Viva Brasil, como o decreto também liberou a importação
de armas, modelos similares podem ser comercializados no mercado brasileiro a
partir de agora. Há fuzis mais potentes do que o T4, com energia de lançamento
acima de 1.620 joules, que permanecem como de uso restrito.
— No Brasil, se criou uma
aura muito forte no fuzil, um mito de que é uma arma super potente, quando não
é — diz Barbosa.
Além do fuzil, foram
liberadas pistolas .40, .45 e 9mm. Entram nessa categoria as pistolas .40
S&W, .45 Colt, 9mm Luger, .44 SPL, entre outras.
Para Felippe Angeli,
consultor da ONG Sou da Paz, a possibilidade de qualquer um comprar um fuzil, aberta
pelo decreto, é mais um sinal da "balbúrdia" que foi criada pela nova
regulamentação e da falta de transparência sobre as suas consequências.
— É um nível de armamento
totalmente destacado de qualquer argumento possível sobre legítima defesa, porque
é uma arma de maior impacto, que pode trespassar o corpo de uma pessoa e passar
por outra, atravessar um muro de alvenaria. É completamente disparatado —
afirmou.
Fonte: iBahia
Tópicos:
Brasil