Câncer de pênis é responsável por cerca de mil amputações por ano



Segundo dados da Sesab, a Bahia e em outros estados do Norte-Nordeste, os casos de câncer de pênis ocorrem com maior prevalência



Cuidados com a saúde também devem fazer parte do cotidiano masculino. A falta de higiene íntima e de informação especializada são responsáveis pelo desenvolvimento de uma das doenças mais temidas - o câncer de pênis, sobretudo pela possibilidade de amputação do órgão, caso o tumor seja diagnosticado tardiamente.
Segundo dados da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), a Bahia e em outros estados do Norte-Nordeste, os casos de câncer de pênis ocorrem com maior prevalência. Embora atinja com mais frequência homens a partir dos 50 anos, a doença também pode atingir os mais jovens.


De acordo com o uro-oncologista Augusto Modesto, que recentemente participou do novo Consenso Brasileiro de Câncer de Pênis, em São Paulo, a fimose (estreitamento do prepúcio) pode ser um fator de risco, caso as orientações de higiene básica não sejam realizadas pelos homens. “Costumamos dizer que a doença pode ser perfeitamente evitável com informação, água e sabão”, destacou.
O tumor peniano, que representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem o homem, é responsável por cerca de 1.000 amputações por ano no Brasil. 


Sintomas e prevenção 
O sintoma mais comum é o aparecimento de uma ferida ou úlcera persistente, principalmente na região da glande ou prepúcio. Em alguns casos, pode haver, ainda, perda de pigmentação ou manchas esbranquiçadas, secreções e mau cheiro, tumoração no pênis e/ou na virilha (íngua), além de inflamações de longo período, com vermelhidão e coceira, principalmente nos portadores de fimose.
“A prevenção é o melhor remédio para este tipo de doença, mas caso ela não seja evitada, a depender do caso, podem ser indicadas radioterapia, quimioterapia, cirurgias menos invasivas ou, em último caso, a amputação do órgão, que pode causar danos fisiológicos e psicológicos complexos para o homem”, frisa o uro-oncologista Augusto Modesto.
Além de lavar bem o pênis com água e sabão diariamente, especialmente após as relações sexuais ou masturbação, para prevenir a doença, recomenda-se usar preservativos em todas as relações sexuais, pois o contato com vários parceiros aumenta o risco de contágio por HPV e outras doenças sexualmente transmissíveis, que podem ser facilitadores do câncer de pênis.


Outra forma de prevenir a doença é a cirurgia de fimose, indicada para casos onde existe o risco de estreitamento do prepúcio. “A operação é simples, rápida e não necessita de internação", disse o especialista.
“Os homens precisam buscar orientação especializada, cuidar melhor da saúde e exigir os seus direitos. Caso contrário, serão os maiores prejudicados por sua própria negligência ou indiferença”, concluiu o médico.



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