Policiais que protestam por
aumento salarial fecharam rua de Sobral. Senador licenciado liderava ato contra
paralisação de parte dos militares. Ainda não foram divulgadas informações
sobre o estado de saúde do político. Inicialmente, assessoria de Cid disse que
ele havia sido atingido por bala de borracha.
O senador Cid Gomes (PDT-CE)
foi baleado na tarde desta quarta-feira (19) em meio a um protesto de policiais
que reivindicam aumento salarial. O senador pilotava uma retroescavadeira e
tentava furar um bloqueio feito por policiais militares no Batalhão da Polícia
Militar do município.
Inicialmente, a assessoria do
senador disse que ele havia sido atingido por uma bala de borracha. Em seguida
foi confirmado que o tiro foi disparado de uma arma de fogo.
Ainda não foram divulgadas
informações sobre o estado de saúde de Cid Gomes. Imagens feitas por pessoas
que acompanharam a manifestação mostram o senador consciente e com a blusa
manchada de sangue.
Durante a confusão, tiros
foram disparados na direção de Cid Gomes e quebraram os vidros do veículo
utilizado pelo senador. Conforme a assessora do político, ele foi baleado no
peito e foi encaminhado ao Hospital do Coração de Sobral.
Cid Gomes, que está
licenciado, organizava um protesto contra um grupo de policiais que tenta
impedir o trabalho da Polícia Militar. Nesta quarta-feira, policiais secaram
pneus de carros da polícia para impedir que os agentes de segurança atuem nas
ruas.
Em frente ao bloqueio dos
policiais, utilizando uma retroescavadeira, ele pediu que os policiais
deixassem o local: "Vocês têm cinco minutos pra pegarem os seus parentes,
as suas esposas e seus filhos e sair daqui em paz. Cinco minutos. Nem um a
mais", afirmou Cid, utilizando um megafone.
Ainda na tarde desta
quarta-feira, policiais de Sobral ordenaram que comerciantes fechassem as
portas do Centro da cidade.
Resumo:
Em 5 de dezembro, policiais e
bombeiros militares organizaram um ato reivindicando melhoria salarial. Por
lei, policiais militares são proibidos de fazer greve.
Em 31 de janeiro, o governo
anunciou um pacote de reajuste para soldados.
Em 6 de fevereiro, data em que
a proposta seria levada à Assembleia Legislativa do estado, policiais e
bombeiros promoveram uma manifestação pedindo aumento superior ao sugerido.
Em 13 de fevereiro, o governo
elevou a proposta de reajuste e anunciou acordo com os agentes de segurança. Um
grupo dissidente, no entanto, ficou insatisfeito com o pacote oferecido.
Em 14 de fevereiro, o
Ministério Público do Ceará (MPCE) recomendou ao comando da Polícia Militar do
Ceará que impedisse agentes de promover manifestações.
Em 17 de fevereiro, a Justiça
manteve a decisão sobre possibilidade de prisão de policiais em caso de
manifestações.
Em 18 de fevereiro, três
policiais foram presos em Fortaleza por cercar um veículo da PM e esvaziar os
pneus. À noite, homens murcharam pneus de veículos de um batalhão na Região
Metropolitana.
Em 19 de fevereiro, batalhões
da Polícia Militar do Ceará foram atacados por grupos de pessoas encapuzadas e
mascaradas. Em Sobral, homens encapuzados em carro da PM ordenaram que
comerciantes fechassem as portas.
Invasão de
batalhões policiais
Um grupo de policiais que
reivindica aumento salarial e é contrário à proposta do governo de reestruturação
da carreira da categoria realiza desde terça-feira (19) atos que a Secretaria
da Segurança considera "vandalismo" e "motim".
Na terça, três policiais foram
presos por cercarem veículo da polícia e secarem os pneus. Conforme o Governo
do Estado, o ato é uma tentativa ilegal de impedir a atuação de policiais.
Nesta quarta-feira, pelo menos
quatro batalhões da Polícia Militar foram invadidos por homens mascarados. Eles
retiraram veículos policiais das bases militares e rasgaram os pneus com
objetos cortantes.
O Governo do Estado anunciou
processo contra mais de 200 policiais dissidentes. Também anunciou que
solicitou o reforço da Força Nacional e cortou o repasse de verba para
associações policiais que, de acordo com o governo, apoiam os atos grevistas.
Reivindicação
salarial
Parte dos policiais do Ceará
realiza atos por reivindicação de aumento salarial. Uma proposta do Governo do
Estado tramita na Assembleia Legislativa do Ceará é eleva o salário-base de um
soldado dos atuais R$ 3,2 mil para R$ 4,5 mil. O aumento de R$ 1,3 mil ocorre
de forma progressiva, até 2022.
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