Trans abraçada por Drauzio
Varella divulgou carta, por meio da advogada, em que diz que se arrependeu
verdadeiramente e sabe que errou muito
Aparecida dos Santos é mãe do menino Fábio, morto e estuprado aos 10 anos pela transexual Suzy Oliveira - Reprodução/ RedeTV |
A mãe de um menino estuprado e
morto pela transexual Suzy Oliveira, que ficou conhecida ao receber um abraço
do médico Drauzio Varella durante uma reportagem do Fantástico se disse
indignada. Aparecida dos Santos relatou ao programa Alerta Nacional da 'Rede
TV!' o drama que enfrentou com a perda do filho Fábio há 10 anos.
A mãe da vítima disse à Rede
TV que ficou chocada com as manifestações de apoio recebidas por Suzy.
"Receber abraços, receber cartinha e ainda um bombomzinho? Na prisão? Eu
recebi o que nesses 10 anos?", questionou. Aparecida disse que não superou
a perda da criança e está muito indignada. "Estou me levantando, porque
Deus está comigo".
Suzy ganhou destaque nas redes
sociais após uma reportagem exibida no dia 1º de março pelo Fantástico, da TV
Globo, que mostrava a situação de pessoas transexuais no sistema penitenciário
de São Paulo.
"Há quanto tempo você
está sem receber nenhuma visita na cadeia?", pergunta Drauzio. "Oito
anos, sete anos", responde a detenta. Ele diz: "Solidão, né, minha
filha", e dá um abraço na entrevistada. A cena viralizou na internet e
mobilizou internautas para que Suzy recebesse cartas. O próprio governo de São
Paulo incentivou o envio de cartas, divulgando o endereço da penitenciária.
Suzy recebeu centenas de cartas, livros, bíblias, chocolate e maquiagens.
O motivo da prisão de Suzy, no
entanto, não foi informado pela reportagem, que apresenta o perfil das pessoas
trans presas. No Brasil, o crime mais cometido por este grupo é o roubo
(38,5%), seguido por tráfico (34,6%), furto (15,4%), homicídio (7,7%) e
associação ao tráfico (3,8%).
Suzy Oliveira, que está na Penitenciária I |
Em uma carta divulgada por sua
advogada, a trans diz que sabe que errou. "Eu Suzi Oliveira, ‘Rafael
Tadeu’, venho dizer que nas entrevistas ao jornal Fantástico não me foi
perguntado nada referente ao B.O. (Boletim de Ocorrência). Eu sei que eu errei
e muito. Em nenhum momento tentei passar como inocente e desde aquele dia me
arrependi verdadeiramente e hoje estou aqui pagando por tudo que eu cometi…
Errei sim e estou pagando cada
dia – cada hora e cada minuto aqui neste lugar… Antes não tive essa
oportunidade, agora eu estou tendo apenas que pedir perdão pelo meu erro no
passado", diz a carta.
O médico Drauzio
Varella também divulgou nota:
"Há mais de 30 anos,
frequento presídios, onde trato da saúde de detentos e detentas. Em todos os
lugares em que pratico a Medicina, seja no meu consultório ou nas
penitenciárias, não pergunto sobre o que meus pacientes possam ter feito de
errado. Sigo essa conduta para que meu julgamento pessoal não me impeça de
cumprir o juramento que fiz ao me tornar médico. No meu trabalho na televisão,
sigo os mesmos princípios. No caso da reportagem veiculada pelo Fantástico na
semana passada (1/3), não perguntei nada a respeito dos delitos cometidos pelas
entrevistas. Sou médico, não juiz."
Veja a reportagem em vídeo;
O Dia
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