O governo havia prometido
divulgar nesta segunda-feira (6) o calendário de pagamentos, o que não ocorreu.
Auxílio foi aprovado há uma semana no Congresso e já foi sancionado pelo
presidente Bolsonaro.
Auxílio emergencial de R$ 600 ao trabalhador informal ainda não foi liberado |
O auxílio emergencial de
R$ 600 ao trabalhador informal, aprovado há uma semana no Congresso e já
sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, ainda não foi liberado.
O governo havia prometido
divulgar nesta segunda-feira (6) o calendário de pagamentos, o que não ocorreu.
O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, disse pela manhã, em entrevista à
Rádio Gaúcha, que a ideia era iniciar o pagamento nesta terça (7), mas, sem o
calendário oficial, milhões de trabalhadores informais, autônomos e
microempreendedores individuais entram no sexto dia de abril sem saber quando -
e como - vão receber o pagamento.
Para ter direito, o
trabalhador não pode ter emprego com carteira assinada. A renda familiar, por
pessoa, não pode ultrapassar meio salário mínimo. E a renda total da família
não pode ser maior que três salários mínimos. O auxílio será limitado a duas
pessoas por família, desde que maiores de 18 anos. A mãe que for, sozinha,
chefe de família receberá R$ 1.200. Na semana passada, o Senado aprovou
estender o benefício de R$ 600 a homens solteiros que sejam pais e mães
adolescentes. A medida ainda precisa passar pela Câmara.
Mas, até agora, o governo
não conseguiu levar o benefício até os informais que não estão no Cadastro
Único porque tinham uma renda maior antes da crise; 15 a 20 milhões de
trabalhadores que tiveram grande queda no orçamento da família no último mês. O
governo informou que eles teriam de baixar um aplicativo para se cadastrar, que
estaria funcionando a partir desta terça. Mas, até agora, nada disso saiu do
papel.
O governo já informou que
esse cadastro também poderá ser feito por telefone - por um número que seria
divulgado para estar disponível a partir desta terça - e por meio de um site,
que também ainda está em construção. E que o pagamento estaria disponível em 48
horas depois de concluído o cadastro.
Ricardo Henriques,
economista que participou da criação do Bolsa Família, diz que o governo está
perdendo um tempo precioso e que já poderia estar em contato com estados para
encontrar essas pessoas: “A gente está vivendo um momento que temos burocracia
demais, visão humanista de menos. Sobram pessoas batendo cabeça, e falta
sentido de urgência. Nós deveríamos estar usando imediatamente o Cadastro
Único. Todas as pessoas que estão no Bolsa Família já deveriam ter recebido
recursos. As pessoas que estão no Cadastro Único e não estão no Bolsa Família
já poderiam estar em processo de recebimento dos recursos e um novo
cadastramento para as pessoas que estão entrando na situação de pobreza e são
informais. Isso deveria estar em marcha e já com efetividade”.
Já as medidas para os
trabalhadores do setor privado começaram a valer. Mais de 7 mil acordos entre
patrões e empregados já foram registrados no sistema empregador web. É nesse
sistema que o empregador vai dizer para o governo se reduziu a jornada ou se
suspendeu o contrato do funcionário, ou uma combinação das duas ações.
A redução da jornada de
trabalho e salário de até três meses pode ser de 25, 50 ou 70%. Se o
trabalhador ganha um salário mínimo e tem a jornada e o salário reduzidos, o
governo vai complementar o salário até o valor do mínimo. Quem recebe mais que
o salário mínimo e tiver a jornada reduzida juntamente com o salário, terá o
salário complementado pelo governo com um novo benefício, calculado com base no
seguro- desemprego. Quem ficar três meses ganhando menos, não poderá ser
demitido nos três meses seguintes.
O empregador também pode
suspender o contrato de trabalho por dois meses. O empregado passa a ter
direito ao seguro-desemprego. Nesse período, a empresa deverá manter todos os
benefícios dos empregados, como plano de saúde.
Outra medida que também
está valendo: empresas com faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões por ano
já podem acionar uma linha de financiamento especial para bancar a folha de
pagamento dos funcionários. Pelas regras, o empresário poderá financiar, no
máximo, dois salários mínimos por trabalhador durante dois meses. A empresa
terá seis meses de carência e até 36 meses para pagar o empréstimo, a uma taxa
de juros de 3,75% ao ano. Em contrapartida, o empresário se compromete a manter
o funcionário empregado.
Decisão
liminar
O ministro do Supremo
Tribunal Federal Ricardo Lewandowski decidiu que os acordos individuais de
suspensão de contratos e de redução de salários e de jornada só vão ter efeitos
depois da manifestação dos sindicatos. Ainda por determinação do ministro, caso
os sindicatos não se manifestem em dez dias, a falta de comunicação será
entendida como um aval às negociações individuais. A decisão do ministro é
liminar.
G1
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