Ex-ministro da Cidadania
Osmar Terra é o mais cotado para assumir o cargo
O presidente Jair Bolsonaro ao lado do ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta em coletiva no Planalto Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo |
BRASÍLIA — O presidente
Jair Bolsonaro decidiu demitir ainda nesta segunda-feira o ministro da Saúde,
Luiz Henrique Mandetta, em meio à crise do novo coronavírus. O ato oficial de
exoneração de Mandetta está sendo preparado nesta tarde no Palácio do Planalto.
A expectativa é que a decisão seja publicada em edição extra do Diário Oficial
da União após reunião do presidente com todos os ministros, entre eles
Mandetta, convocada para as 17h. A informação sobre a exoneração de Mandetta
foi confirmada ao GLOBO por dois auxiliares do presidente da República.
O deputado federal Osmar
Terra (MDB-RS), ex-ministro da Cidadania, é o mais cotado para substituí-lo.
Ele almoçou com Bolsonaro e os quatro ministros que despacham do Palácio do
Planalto nesta segunda: Walter Braga Netto (Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos
(Secretaria de Governo), Jorge Oliveira (Secretaria-Geral) e Augusto Heleno
(Gabinete de Segurança Institucional).
Em reunião com integrantes
do Ministério Público nesta segunda-feira, o mnistro da Saúde admitiu a
dificuldade que encontra no cenário político e que não sabe "até quando
ficará Ministro da Saúde". A reunião pode ter sido um dos últimos
compromissos de Mandetta no cargo.
O diagnóstico entre
auxiliares do presidente é que a permanência de Mandetta no cargo se tornou
insustentável após uma série de críticas do presidente à sua atuação no
enfrentamento à Covid-19. Ele foi acusado por Bolsonaro de falta de humildade,
em entrevista na última quinta-feira, e contrariou o presidente ao defender o
isolamento e o distanciamento social para combater a disseminação da Covid-19.
No domingo, Bolsonaro
havia dito, sem citar nomes, que "algumas pessoas" do seu governo
"de repente viraram estrelas e falam pelos cotovelos" e que ele não
teria medo nem "pavor" de usar a caneta contra eles.
Mandetta vem negando que
pediria demissão e disse que só sairia do governo por decisão do presidente. Na
sexta-feira, após as críticas de Bolsonaro, afirmou que não iria
"abandonar o paciente".
Terra, que é médico,
manteve sua posição de apoio ao governo e pela flexibilização do isolamento, o
que agradou Bolsonaro.
Na última quarta-feira, o
presidente teve três audiências com a participação de Terra no Palácio do
Planalto, a primeira com o ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, e
as outras duas com dez médicos, para discutir o uso da hidroxicloriquina no
tratamento de infectados com a Covid-19. Mandetta, por sua vez, não foi
convidado para as reuniões com os médicos.
Também na semana passada,
o ministro da Saúde chamou Terra de "Osmar Trevas" em um grupo de
WhatsApp do DEM, seu partido, após o compartilhamento de uma notícia sobre a
reunião com os médicos. Foi a única vez que ele se pronunciou no grupo da sigla
em toda a crise.
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