No primeiro momento, só
será possível fazer transações digitais com o dinheiro. Cronograma de saques
ainda vai ser divulgado
Terra - Os trabalhadores
informais que receberem o auxílio emergencial de R$ 600 não poderão sacar os recursos
em espécie num primeiro momento, admitiu hoje o presidente da Caixa, Pedro
Guimarães. Por enquanto, o dinheiro só poderá ser usado para fazer transações
digitais, como pagamentos e transferências.
O presidente da Caixa,
Pedro Guimarães.
Foto: Marcelo
Camargo/Agência Brasil - 5/8/2019 / Estadão Conteúdo
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Segundo Guimarães, haverá
um calendário, a ser divulgado apenas na próxima semana, para os saques em
espécie dos auxílios.
"As pessoas vão receber
o dinheiro na conta e vão poder fazer movimentação. Mas saque terá cronograma.
Se num dia só liberarmos 50 milhões para sacar dinheiro ao mesmo tempo, teremos
colapso no sistema financeiro", disse o presidente da Caixa. "Estamos
estudando um escalonamento para recebimento em espécie."
Na prática, o dinheiro
estará disponível na conta bancária do beneficiário ou nas 30 milhões de
poupanças digitais que devem ser criadas para quem ainda não tem conta em
banco. No entanto, não poderá ser retirado em espécie pelos contemplados.
Reportagem do
Estadão/Broadcast na semana passada mostrou que o abastecimento dos municípios
com cédulas era um dos gargalos na logística de pagamento do auxílio
emergencial.
O sociólogo Luis Henrique
Paiva, ex-secretário Nacional de Renda de Cidania e hoje pesquisador do
Instituto de Pesquisa Econômica, explica que 70% dos beneficiários do Bolsa
Família não têm conta e sacam o benefício em dinheiro. O valor médio dos
repasses do programa não chega a R$ 200 por família - repasse que, durante três
meses, será triplicado.
Procurado na ocasião, o
Banco Central informou que "entende que a quantidade de dinheiro em
circulação é adequada para fazer frente aos desafios atuais e futuros" e
que, desde o início da pandemia da covid-19, "atua e monitora o processo de
fornecimento de cédulas e moedas junto à rede bancária para que não haja
qualquer interrupção". A autoridade monetária não respondeu aos
questionamentos sobre eventual reforço no envio de papel-moeda às regiões.
Segundo Guimarães, a
expectativa do governo é que os informais já estejam acostumados com
transferências bancárias. Ele admitiu, porém, que a população de baixa renda,
que está no Cadastro Único de programas sociais, pode ter maior demanda por
saques em dinheiro.
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Tópicos:
Economia