Pagamento de mais uma
rodada do benefício de R$ 600 começaria ontem, mas foi adiado. Governo precisou
liberar mais recursos depois que o número de solicitações do auxílio superou
estimativa. Ministério da Cidadania, até agora, não definiu novo calendário
Foto: Marcelo
Ferreira/CB/D.A Press
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Correio Brasiliense - O
governo federal ainda não sabe quando vai começar a pagar a segunda parcela do
benefício emergencial de R$ 600, que promete ajudar os brasileiros a enfrentar
a crise do novo coronavírus. O pagamento começaria ontem, mas foi adiado porque
o Executivo precisou liberar mais recursos para o programa depois que o número
de brasileiros que solicitaram o benefício superou as estimativas e o
orçamento. E, até agora, não teve o novo calendário definido.
Responsável por definir as
datas de pagamento dos R$ 600, o Ministério da Cidadania chegou a anunciar a
antecipação da segunda parcela na semana passada. Porém, logo voltou atrás por
conta do impasse orçamentário. A pasta argumentou, inicialmente, que os R$ 600
devem ser pagos a 70 milhões de pessoas, e não a 54 milhões, como calculou o
governo, o que forçou o Executivo a ampliar o orçamento de R$ 98 bilhões do
benefício emergencial.
A suplementação foi
realizada na última sexta-feira, por meio da Medida Provisória (MP) 956.
Publicada em uma edição extraordinária do Diário Oficial da União, liberou mais
R$ 25,72 bilhões para reforçar o pagamento do “auxílio emergencial de proteção
social a pessoas em situação de vulnerabilidade, devido à pandemia da Covid-19”.
Na ocasião, o Ministério
da Cidadania confirmou que a medida permitiria o pagamento da segunda parcela
do benefício de R$ 600. E o ministro Onyx Lorenzoni chegou a dizer que, com
isso, no início desta semana seria definido o calendário de pagamento.
Procurado ontem, quando muitos brasileiros esperavam receber a segunda parcela
dos R$ 600, e não viram nada cair nas suas contas, a pasta não apresentou as
novas datas de pagamento.
À frente dos pagamentos, a
Caixa confirmou que “ainda aguarda liberação de recursos orçamentários e
definição de novo cronograma do Ministério da Cidadania”. O banco garantiu que
“está preparado para o pagamento da parcela dois” do benefício emergencial.
Ainda de acordo com a
Caixa, 39,1 milhões de pessoas receberam a primeira parcela dos R$ 600 e,
portanto, devem ser contempladas por essa segunda rodada de depósitos. São
aproximadamente 15,2 milhões de trabalhadores informais e autônomos que se
cadastraram no aplicativo do benefício emergencial, além dos segurados do Bolsa
Família e dos inscritos do CadÚnico, que também têm direito aos R$ 600.
Cadastro
Mas têm muitas pessoas que
ainda aguardam a primeira parcela dos R$ 600. É que o número de brasileiros que
pediu o auxílio no aplicativo da Caixa chega a 48,4 milhões. E, desse total, só
15,2 milhões receberam o benefício.
Segundo os dados da Dataprev,
que é a responsável pela análise dos cadastros recebidos pelo aplicativo da
Caixa, outros 5 milhões de pessoas tiveram o cadastro considerado elegível para
receber os R$ 600 e devem receber em breve. Outros 13,6 milhões ainda estão
passando por uma revisão cadastral para saber se têm direito ao benefício, e
mais 5,1 milhões de trabalhadores ainda terão os dados avaliados pela Dataprev.
Foram considerados inelegíveis para o programa 6,9 milhões.
Questionado sobre o
impasse, ontem, Jair Bolsonaro disse que faltam poucas pessoas para serem
pagas. O presidente ainda ressaltou que não está nos planos do governo estender
o benefício para além dos três meses calculados inicialmente. “São três
parcelas de R$ 600, não está prevista a ampliação. Até porque, cada parcela
está na casa de R$ 30 bilhões”, explicou Bolsonaro.
Enquanto não recebe o
calendário de pagamentos da segunda parcela dos R$ 600, a Caixa dá continuidade
ao depósito da primeira parcela. Segundo o banco, mais 5,1 milhões receberão os
recursos hoje. Ao todo, serão creditados R$ 3,6 bilhões para 3,2 milhões de
inscritos pelo aplicativo e para 1,9 milhão de segurados do Bolsa Família.
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Tópicos:
Economia