Governo estuda dividir cada nova parcela de R$ 600 em dois pagamentos ao longo do mês
A prorrogação do auxílio
emergencial, confirmada na tarde desta terça-feira (30/06) pelo governo de Jair
Bolsonaro, prevê o pagamento dos R$ 600 por mais dois meses. Porém, não deve
entregar esses R$ 600 aos trabalhadores de uma única vez: a ideia do governo é
dividir o auxílio ao longo do mês, depositando uma parte dos R$ 600 no início e
o restante no fim do mês.
O faseamento das próximas
parcelas dos R$ 600 foi ventilado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Segundo ele, é uma forma de fazer com que as duas parcelas extras do auxílio
ajudem os trabalhadores ao longo de três meses. "Ficamos com poucos
recursos e precisamos estender isso ao máximo", argumentou.
Esta também é uma forma,
contudo, de atender ao desejo do presidente Jair Bolsonaro de fazer uma redução
gradativa do auxílio. Bolsonaro vinha defendendo a prorrogação do auxílio com
parcelas de R$ 500, R$ 400 e R$ 300. Porém, decidiu manter o valor mensal do
benefício em R$ 600 para não correr o risco de ver o benefício sendo ampliado
pelo Congresso Nacional novamente.
"Oficialmente, são
mais dois meses de R$ 600. Isso é o que a lei permite. Mas, se nós tivermos a
percepção quanto à possível duração um pouco mais extensa ou não dessa crise,
podemos pegar os dois pagamentos de R$ 600 e fasear de uma forma que cubra três
meses. Estávamos em R$ 600, podemos fazer um pagamento de R$ 500 no início no
mês, R$ 100 no final do mês com R$ 300 logo depois. Ou seja, fica uma prestação
de R$ 500 no início do mês, outra de R$ 400 logo depois e outra no fim do mês
de R$ 300. Acaba cobrindo três meses com R$ 500, R$ 400 e R$ 300",
discursou Guedes, na cerimônia de prorrogação do auxílio emergencial.
Ou seja, a ideia é pagar
R$ 500 no início de julho e R$ 100 no fim de julho. E, depois, pagar R$ 300 no
início de agosto, com mais R$ 300 no fim de agosto. Porém, os valores exatos
desse faseamento ainda não foram confirmados pelo governo federal.
Presidente da Caixa
Econômica Federal, Pedro Guimarães explicou que a lei determina o pagamento de
R$ 600 no mês, mas não impede a divisão desse valor em mais de uma parcela,
desde que essas parcelas sejam pagas dentro do mesmo mês. Por isso, o assunto está
sendo discutido no governo.
"Serão R$ 600 para a
parcela 4 e R$ 600 para a parcela 5. Os R$ 600 serão pagos durante um mês e os
outros R$ 600 durante o outro mês. Como será pago? Será pago por depósito na
conta digital. Será um depósito só ou dois em um mês? É exatamente isso o que
falta para que a gente possa anunciar o cronograma no detalhe", afirmou.
Guimarães garantiu,
contudo, que o cronograma de pagamento da quarta e da quinta parcela deve ser
concluído e anunciado nos próximos dias. "Já temos um calendário, já discutimos
entre a Cidadania e a Caixa. Só falta a validação do presidente, que entendo
que será feita muita rápida", revelou.
O presidente da Caixa
antecipou, por outro lado, que o pagamento do auxílio emergencial continuará
nos moldes atuais. Ou seja, primeiro será feito de forma digital nas contas
sociais da Caixa e só depois de algum tempo será liberado o saque em espécie e
a transferência bancária desse dinheiro.
Guimarães reconheceu ainda
que o saque em dinheiro desses recursos devem demorar, já que o saque da
terceira parcela ainda nem começou. Mas garantiu que os depósitos digitais
serão rápidos e vão permitir que as pessoas paguem suas contas e façam compras
pelo aplicativo Caixa Tem.
Ele também informou que,
para evitar aglomerações e idas desnecessárias às agências da Caixa, o governo
pode fasear o pagamento de cada parcela dos R$ 600 pelo meio digital, mas
permitir o saque dos R$ 600 de uma única vez quando chegar a hora dessa
retirada presencial.
"Provavelmente, o
saque será em um calendário mais compacto que o depósito digital, porque o
depósito entra automaticamente na conta digital e é muito fácil de utilizar.
Não interessa tanto se entrou X no dia 10 e Y no dia 25, porque você utiliza
digitalmente. Já o saque sim", esclareceu.
Pedro Guimarães avisou
também que, apesar dessas discussões, é provável que não haja mudanças no
pagamento do Bolsa Família. O faseamento das próximas parcelas deve valer,
portanto, só para os demais trabalhadores informais. Afinal, os beneficiários
do Bolsa Família têm recebido os R$ 600 no dia tradicional de pagamento do
Bolsa.
O presidente da Caixa
ainda avisou que os cerca de 65 milhões de brasileiros que já estão recebendo
os R$ 600 não precisam se cadastrar novamente para ter acesso às duas parcelas
extras do benefício, pois a prorrogação será automática para todos esses
trabalhadores.
Siga nosso Instagram
0 Comentários