Cientistas dizem que perigo é 45% maior para pessoas com sangue tipo A do que aquelas com outros tipos sanguíneos, e parece ser 35% menor para pessoas com sangue tipo O
O tipo sanguíneo de uma pessoa e outros fatores genéticos podem ter ligação com a gravidade de uma infecção pelo novo coronavírus |
O Tempo - O tipo sanguíneo de uma
pessoa e outros fatores genéticos podem ter ligação com a gravidade de uma
infecção pelo novo coronavírus, de acordo com pesquisadores europeus que buscam
mais pistas para explicar por que a Covid-19 atinge algumas pessoas tão mais
duramente que outras.
Os pesquisadores,
liderados pelos médicos Andre Franke, da Universidade Christian-Albrecht de
Kiel, na Alemanha, e Tom Karlsen, do Hospital Universidade de Oslo, na Noruega,
também descobriram uma relação entre a gravidade da Covid-19 e o tipo
sanguíneo. O risco de casos graves de Covid-19 é 45% maior para pessoas com
sangue tipo A do que pessoas com outros tipos sanguíneos, e parece ser 35%
menor para pessoas com sangue tipo O.
As descobertas, publicadas
no periódico científico "The New England Journal of Medicine" na
quarta-feira (17), levam a crer que pessoas com sangue tipo A correm risco
maior de desenvolver sintomas mais intensos quando infectadas pelo novo
coronavírus.
No auge da epidemia na Europa, pesquisadores analisaram os genes de mais de 4.000 pessoas em busca de variações que são comuns naqueles que foram infectados pelo vírus e desenvolveram casos graves de Covid-19.
Uma série de variantes em
genes que estão envolvidos nas reações imunológicas são mais comuns em pessoas
com casos graves de Covid-19, descobriram os cientistas. Estes genes também
estão envolvidos com uma proteína de superfície celular chamada ACE2, que o
coronavírus usa para ter acesso às células do corpo e infectá-las.
"As descobertas
oferecem pistas específicas sobre os processos de doenças que podem acontecer
na covid-19 grave", disse Karlsen à Reuters por e-mail, observando que
pesquisas adicionais são necessárias antes de as informações se tornarem úteis.
"A esperança é que
esta e outras descobertas apontem o caminho para uma compreensão mais
abrangente da biologia da covid-19", escreveu Francis Collins, diretor dos
institutos nacionais de Saúde dos Estados Unidos e especialista em genética, em
seu blog nessa quinta-feira (18).
"Elas também sugerem que um exame genético e o tipo sanguíneo de uma pessoa podem fornecer ferramentas úteis para identificar aqueles que podem correr mais risco de uma doença grave", disse.
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