Exame será em 17 e 24 de janeiro para os 5,7 milhões de inscritos que escolheram a prova impressa. Outros 96 mil farão a prova digital em 31 de janeiro e 7 de fevereiro.
As provas do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 serão aplicadas em janeiro e fevereiro de
2021, anunciou o Ministério da Educação (MEC) nesta quarta-feira (8).
Adiado após pressão de
estudantes e parlamentares por causa da pandemia de Covid-19, o novo cronograma
do Enem prevê:
- Provas impressas:
17 e 24 de janeiro, para 5,7 milhões inscritos
- Prova digital:
31 de janeiro e 7 de fevereiro, para 96 mil inscritos
- Reaplicação da prova:
24 e 25 de fevereiro (para pessoas afetadas por eventuais
problemas de estrutura)
- Resultados:
a partir de 29 de março
O anúncio foi feito pelo
secretário-executivo do MEC, Antonio Paulo Vogel, e o presidente do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre
Lopes, durante coletiva de imprensa, em Brasília.
A nova data foi definida
mais de quatro meses após a suspensão das aulas presenciais e fechamentos das
escolas em todo o Brasil por causa da disseminação do coronavírus.
"Entendemos que essa
decisão não seja perfeita e maravilhosa para todos", afirmou Vogel.
"Mas buscamos uma decisão técnica, que melhor se adequava para
todos."
Segundo o MEC, a data não
prejudicará o ingresso dos aprovados nas universidades no primeiro semestre de
2021.
"Se a gente deixasse
para maio do ano que vem, os ingressos [nas faculdades] seriam somente no
segundo semestre do ano que vem", justificou Vogel, afirmando que a
definição da data do Enem traz uma "reação em cadeia" em relação a
processos e programas como Sisu, Prouni, Fies e as matrículas públilcas e
privadas no ensino superior.
O secretario-executivo do
MEC também afirmou que um segundo Sistema de Seleção Unificada, Sisu, poderá
ser aplicado em 2021.
Custos
extras por causa da pandemia
Por causa da pandemia, o
MEC pediu ao governo federal um adicional de R$ 70 milhões para a execução do
Enem 2020. As principais mudanças são:
- Aluguel de mais salas para dar maior
espaçamento entre os alunos
- Compra de máscaras e materiais de
segurança para os aplicadores
- Oferta de álcool gel
- Novos protocolos de segurança e
identificação dos alunos
No ano passado, o custo do
Enem foi de R$ 537 milhões. Este ano, com o Enem digital e com aumento de
inscritos, o governo estima que o valor deve ser maior.
Escolha de
data teve enquete
Na semana passada, o
governo divulgou o resultado da enquete que perguntou aos alunos quando as
provas do Enem 2020 deveriam ser aplicadas. Entre as três datas sugeridas, maio
de 2021 foi a mais citada.
"Mais da metade dos
alunos preferiu dezembro e janeiro. Então, estamos atendendo esse público que é
mais de 50% dos alunos", comentou o secretário-executivo.
"A enquete não seria
o único parâmetro para definição da data. Ela era mais um parâmetro. Nós sempre
entendemos que seria muito importante ouvir os secretários estaduais de
educação, assim como também as instituições de ensino superior", disse o
secretário-executivo.
Segundo o governo, as
questões do Enem 2020 já estavam prontas antes da pandemia e o conteúdo
continua sendo o mesmo. Quanto ao Enem digital, o MEC cogita que a prova poderá
ser totalmente digital até 2026.
Pressão para
adiar o Enem
A realização do Enem 2020
estava prevista para novembro, mas após pressão da sociedade diante da
suspensão das aulas com a pandemia de coronavírus, o exame foi adiado.
No entanto, decisão pelo
adiamento só ocorreu depois de o governo enfrentar questionamentos judicias. O
debate chegou ao Congresso, e o Senado aprovou um projeto que adiava o Enem
2020. O texto seguiu para avaliação da Câmara dos Deputados.
A indefinição gerou
ansiedade em estudantes, que chegaram a fazer campanha nas redes sociais pela
realização da prova em maio, o que beneficiaria estudantes da rede pública,
segundo eles, por dar mais tempo para a preparação. Outros preferiram a prova
em outra data (dezembro ou janeiro, por exemplo), para não correrem o risco de
não ter Enem em 2021.