O auxílio emergencial de
R$ 600 pago pelo governo federal com foco na população vulnerável e informais
foi, possivelmente, o maior acerto entre as medidas de enfrentamento à pandemia
da Covid-19.
Previsto inicialmente para
durar três meses, o benefício já foi prorrogado por mais dois e pode ser
ampliado até o fim do ano, ainda que com valor menor.
O socorro alcançou mais de
metade dos brasileiros, direta ou indiretamente, e ajudou a manter alguma
atividade na economia pelo consumo.
Mas o benefício
extraordinário não vai durar eternamente, com problemas fiscais graves e em
processo de ajuste, a União já está gastando mais do que poderia para enfrentar
a crise causada pelo coronavírus, o déficit primário no primeiro semestre foi
de R$ 417,2 bilhões e que pode chegar até R$ 877,8 bilhões no ano, de acordo
com projeção da Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado.
Com data de validade por
uma imposição da situação fiscal, o fim do auxílio vai deixar marcas tanto na
economia quanto na vida de quem estava recebendo o socorro, grosso modo, a
tendência é de que a atividade econômica diminua o ritmo da retomada, com
impactos amplos em toda cadeia produtiva.
A situação das pessoas em
vulnerabilidade é mais delicada, nesta semana, o governo ampliou em 1,15 milhão
a quantidade de pessoas elegíveis para receber o auxílio emergencial,
aumentando o total de beneficiários do programa para 66,2 milhões.
Direta ou indiretamente, a
ajuda atingiu pelo menos 125,4 milhões de brasileiros, mais da metade da
população de 209 milhões de habitantes estimada pelo IBGE, essa multidão
precisará de oportunidades de trabalho, e não se sabe se elas virão.
Fonte: Gazeta do Povo