O brasileiro Julio Cesar Lorenzi,
um dos líderes do estudo, explica que os anticorpos podem ser mais capazes de
enfrentar mutações do coronavírus.
Foto microscópica mostra célula humana sendo infectada pelo Sars Cov-2, o novo coronavírus — Foto: NIAID via Nasa
Uma pesquisa publicada nesta
segunda-feira (18) na revista científica "Nature", uma das mais
importantes do mundo, sugere que os anticorpos para Covid-19 em pacientes que
tiveram a doença ficaram mais "potentes" 6 meses após a infecção.
Isso significa que a imunidade
para quem já teve a doença pode durar, no mínimo, esse tempo. O estudo é
liderado por brasileiros e outros pesquisadores da Universidade Rockefeller,
nos Estados Unidos.
"Os anticorpos melhoraram
em termos de potência e diversidade. Eles conseguiram neutralizar diversas
variações da corona [a 'coroa' do coronavírus]", explica o brasileiro
Julio Cesar Lorenzi, um dos líderes do estudo.
A resposta para os anticorpos
"reforçados" está nas células B, um tipo de célula de defesa do
corpo. Elas têm a função de reconhecer o antígeno do coronavírus – uma parte do
vírus – e criar os anticorpos contra ele.
Os cientistas estudaram 87
pessoas que tiveram Covid-19, com idades entre 18 e 76 anos. Todas elas tiveram
amostras de sangue analisadas seis meses após a infecção.
A análise mostrou que os
níveis de células B de memória específicas permaneceram os mesmos nesse período
– e que os anticorpos que elas criaram seis meses depois da primeira infecção
foram mais "fortes" que os originais.
"São dados muito bons,
mostrando que os pacientes podem ser capazes de controlar a reinfecção",
analisa Lorenzi.
Depois de reconhecer o
antígeno pela primeira vez, as células B vão para uma parte do sistema imune
onde são selecionadas e "amadurecidas". Nesse processo, passam por
mutações que fazem com que elas sejam melhores em reconhecer o vírus, com mais
potência, explica o brasileiro.
Os pesquisadores acharam
proteínas virais – pedaços do vírus – no intestino de 14 pacientes. Lorenzi
acredita que essa exposição ao material viral ajudou as células B a
reconhecerem melhor o vírus da Covid.
Reinfecção
Nenhum dos pacientes teve uma
reinfecção comprovada, mas Lorenzi acredita que nenhum deles teve um segundo
caso de Covid. Isso porque, caso isso tivesse acontecido, teria existido
um novo aumento de anticorpos contra o vírus no corpo – o que não
aconteceu.
Outra constatação positiva foi
que, apesar de ter havido uma queda nos anticorpos neutralizantes dos
pacientes, eles foram capazes de neutralizar o coronavírus mesmo depois
de seis meses. Os cientistas testaram essa capacidade em ensaios de
laboratório (in vitro).
Lorenzi explica que, com
essa pesquisa, ainda não é possível explicar por que algumas pessoas têm
reinfecção pela Covid.
"A ideia é que a pessoa
que tem uma infecção original mais branda foi incapaz de
gerar uma resposta imune necessária. Ainda é preciso provar, mas é
uma boa possibilidade", afirma.
Com informações G1.
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