Definição no Google sobre baianos 'bregas e ridículos' causa revolta na web

Resultado para pesquisa 'o que é ser baiano' mostrava tal definição

O que é ser baiano para você? Alegre, carismático, festeiro ou, simplesmente, alguém que nasce na Bahia? Pois bem, caso alguém pesquisasse isso no Google até este domingo (24) aprenderia uma definição bem diferente do termo.

Bastava digitar "o que é ser baiano" no mecanismo de pesquisa para se deparar com o seguinte trecho em destaque: "Pessoa brega, que gosta de chamar atenção de uma forma estranha, ridícula. O cara pintou o carro de verde-limão com estampas cor-de-rosa só pra chamar atenção. É um baiano mesmo."

Essa descrição antiquada e xenofóbica era dada pelo site Dicionário inFormal e colocada em destaque pelo buscador.

Baianos ficaram revoltados com essa definição e usaram as redes sociais para reclamar. Uma usuária chamada Maria Silva disse que o Google estava dando um "show de preconceito". Já Tiago Cruz chamou a plataforma de um "bando de 'fi' do cabrunco."

Até a prefeitura de Salvador se manifestou através das suas redes sociais. Em seu Instagram, o órgão deixou uma caixinha onde perguntava "O que é ser baiano para você?". "Barril dobrado" e "alguém com carisma, alto astral e muita, muita força", foram alguns das respostas dadas pelo público.

 

Alteração
Após ver a repercussão, o Google trocou na tarde deste domingo (24) a descrição em destaque para a pesquisa. Primeiro foi colocado uma definição dizendo que "baiano é um adjetivo pátrio daquele que é oriundo do estado da Bahia. O baiano apesar de não ser o mais rico, é trabalhador, honesto, guerreiro, lindo, engraçado, divertido e acolhedor."

Já na manhã desta segunda-feira (25), a resposta que aparecia era "ganha destaque a representação de que ser baiano é uma questão de origem, de pertencimento e de identidade territorial sujeita ao lugar de nascimento, bem como a existência de estereótipos socialmente compartilhados de que o baiano é um povo sociável, alegre, festeiro, respeitador da diversidade racial e cultura", dada por um artigo feito por pesquisadores Universidade Federal da Bahia (Ufba).

Em nota oficial enviada ao CORREIO, o Google pediu desculpas aos baianos e disse que esses resultados em destaque são gerados de forma automática, e que por isso, eventualmente, podem destacar estereótipos e preconceitos existentes na internet e no mundo real. 

O usuário que se deparar com algum resultado antiquado poderá denunciá-lo clicando no botão "feedback", que aparece embaixo do trecho. Veja o comunicado completo enviado pela plataforma:

"Em alguns tipos de pesquisas, o Google fornece uma resposta rápida ou resumo, conhecido como trecho em destaque. Esses fragmentos de texto são gerados por sistemas automatizados a partir de conteúdo disponível em páginas da web. Eventualmente, esse recurso pode acabar destacando estereótipos e preconceitos existentes na internet e no mundo real, em função da maneira como alguns autores criam e rotulam seu conteúdo. Quando encontramos um resultado que viola nossas políticas, agimos rapidamente para removê-lo da Busca. Estamos sempre procurando maneiras de melhorar a experiência de Busca e lembramos que qualquer usuário pode denunciar um resultado que acredite ter violado nossas regras. Pedimos desculpas a todos que possam ter ficado ofendidos com algum resultado indevido."

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