'Tomei por conta que eu quero
viajar, não para me sentir mais segura', disse a enfermeira em um dos vídeos.
Hospital abriu uma investigação para apurar a conduta de uma enfermeira
O Hospital da Santa Casa de
Misericórdia de Vitória abriu uma investigação para apurar a conduta de uma
enfermeira que publicou nas redes sociais um vídeo em que aparece sem máscara
no posto de trabalho, durante o expediente.
A publicação foi feita na
noite desta sexta-feira (22) e mostra Nathana Ceschim de touca cirúrgica, em
frente a um computador da unidade. O hospital não informou em que área a
gravação foi feita. No vídeo, ela brinca com um colega, que aparece na porta da
sala com touca, luvas e máscara.
Horas antes, a mesma
enfermeira publicou um vídeo em que desdenhava da aplicação da vacina
Coronavac. Um comprovante exibido na rede social mostra que a imunização dela
contra a Covid-19 aconteceu na terça (19), em Vitória.
"Tomei por conta que eu
quero viajar, não para me sentir mais segura. Porque uma vacina que dá 50% de
segurança para mim não é uma vacina. Tomei foi água", disse no vídeo.
Enfermeira é alvo de investigação de hospital após publicar vídeo em que aparece sem máscara no trabalho — Foto: Reprodução/Instagram |
Em nota, a Santa Casa informou
que a falta da máscara no ambiente é uma prática proibida desde o início da
pandemia e que todos os colaboradores têm conhecimento sobre essa regra.
O hospital ainda disse que
“irá tomar as medidas necessárias para garantir a segurança de seus pacientes e
a manutenção das normas e condutas fundamentais para o bom atendimento
assistencial”.
Sobre a fala da enfermeira
sobre a vacina, a Santa Casa esclareceu que, em hipótese alguma, compactua com
este tipo de pensamento e que sempre defendeu a ciência.
“Não seria agora que mudaria
sua postura, em um momento tão difícil que todos estamos enfrentando.
Acreditamos sim na vacina e esperamos que, em breve, não só os funcionários,
mas toda a sociedade possa ser imunizada”, diz a nota enviada pelo hospital.
A Secretaria de Estado da
Saúde (Sesa) do Espírito Santo informou que "lamenta o posicionamento de
qualquer profissional da saúde que desacredite da ciência em prol da
vida".
O secretario estadual de
Saúde, Nésio Fernandes, falou sobre o caso em uma rede social.
"Repudiamos toda e
qualquer expressão de negação da ciência, da expressão de futilidades
desnecessárias ao comportamento exemplar que se espera dos trabalhadores da
saúde. Somos preparados para salvar vidas, não para sabotá-las", disse.
O Conselho Regional de
Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES) disse em nota que repudia a conduta da
enfermeira e que já determinou abertura de procedimento ético para apurar o
caso.
"É inaceitável que, após
onze meses de enfrentamento à pandemia e em defesa da vida, um profissional de
enfermagem se posicione nas redes sociais de forma irresponsável e
inconsequente, comprometendo a ciência, a saúde e a vida das pessoas. A
apuração, com amplo direito de defesa, será com base no Código de Ética da
Enfermagem. As penalidades previstas vão de advertência à cassação do registro
profissional", diz parte da nota.
Ambos os vídeos foram
publicados no perfil da enfermeira, que era público até amanhã deste sábado
(23), quando ela colocou o perfil como privado. O G1 tenta
contato com ela.
A vacina recebida pela
enfermeira é a CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em
parceria com o Instituto Butantan. A eficácia e a segurança da CoronaVac foram
comprovadas em ensaios clínicos conduzidos no Brasil.
A eficácia geral da vacina
ficou em 50,38% – acima do mínimo de 50% recomendado pela Organização Mundial
de Saúde (OMS) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O uso
emergencial do imunizante no país foi aprovado pela Anvisa no dia 17.
Com informações G1.
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