A CNTTL afirma que tem 800 mil
motoristas em sua base e que orienta todos aderirem à paralisação em 1º de
fevereiro
O movimento de greve dos
caminhoneiros ganhou adesão da CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores
em Transporte e Logística), uma das principais entidades da categoria no país e
que vinha até mais recentemente mantendo diálogo com o governo federal.
A entidade informou nesta
terça-feira (26) que apoia a greve nacional de caminhoneiros que vem sendo
convocada por organizações menores há algumas semanas para 1º de fevereiro por
tempo indeterminado. A CNTTL afirma que tem 800 mil motoristas em sua base e
que orienta todos aderirem à paralisação.
O porta-voz da CNTTL, Carlos
Alberto Litti Dahmer, presidente do Sinditac (Sindicato dos Transportadores
Autônomos de Carga) de Ijuí-RS, e vice-presidente da CGTB (Central Geral dos
Trabalhadores do Brasil), disse que a categoria não suporta a
"insensibilidade" do governo de Jair Bolsonaro e do Supremo Tribunal
Federal sobre reivindicações do setor.
"Lamentável o reajuste da
Tabela do Piso Mínimo de Frete, realizada pela Agência Nacional de Transportes
Terrestres)", disse Dahmer em comunicado da CNTTL. "Hoje temos um
piso mínimo da fome. Vamos dar um basta nisso. Vamos cruzar os braços no dia
1º."
"Tivemos um reajuste de
2,51% que é ínfimo. Só para se ter ideia o preço do pneu teve aumento nos
últimos três meses de mais de 60%, seja nacional ou importado",
acrescentou.
Questionada, a CNTTL informou
que não pretende promover atos específicos no dia marcado para o início da
greve, mas que Dahmer vai mobilizar a adesão de outros caminhoneiros. A
entidade, porém, não soube precisar qual será o nível de adesão da categoria à paralisação.
Em 2018, uma greve de
caminhoneiros, que contou com apoio de empresários do setor de transportes,
paralisou o país por 11 dias em maio, gerando impactos na economia que
perduraram ao longo de todo o restante daquele ano.
O movimento foi encerrado
depois que o governo de Michel Temer cedeu à pressão dos motoristas e aceitou
criar a tabela de frete mínimo, que passou a enfrentar oposição do setor
produtivo, com a disputa em torno da legalidade da criação da tabela ficando
parada no STF desde então.
Procurada, a Fiesp (Federação
das Indústrias do Estado de São Paulo) não comentou o assunto.
O governo de Jair Bolsonaro,
que vinha contando com apoio dos caminhoneiros, fez ao longo dos últimos meses
algumas concessões aos motoristas, com a última sendo a inclusão da categoria
na lista do grupo de prioridades para o recebimento das vacinas contra Covid-19
no país. Quando era pré-candidato ao Palácio do Planalto, Bolsonaro foi um dos
que ficaram ao lado dos caminhoneiros na greve de 2018.
Na semana passada, o ministro
da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, afirmou que governo trabalhava na
revisão de normas de pesagem de caminhões nas estradas para reduzir custos dos
caminhoneiros e lembrou que o governo zerou imposto de importação de pneus.
Além da revisão do reajuste na
tabela, os caminhoneiros cobram a aprovação da constitucionalidade do mecanismo
pelo STF e denunciam a atuação de plataformas digitais Frete-Brás, CargoX e
TruckPad pela "precarização da categoria pelo país", segundo a CNTTL.
Com informações R7.
Enfim, gostou das nossas
notícias?
Então, nos siga no canal do
YouTube, em nossas redes sociais como o Facebook, Twitter e Instagram. Assim
acompanhará tudo sobre Cidade, Estado, Brasil e Mundo.
O conteúdo do Macajuba
Acontece é protegido. Você pode reproduzi-lo, desde que insira créditos COM O
LINK para o conteúdo original e não faça uso comercial de nossa produção.