Bolsonaro questionou quem
poderia assumir seu lugar e o efeito prático do seu afastamento
Alvo de mais de 60 pedidos de
impeachment protocolados na Câmara dos Deputados, o presidente da República,
Jair Bolsonaro, questionou nesta segunda-feira, 8, quem poderia assumir seu
lugar e o efeito prático do seu afastamento. "Agora vem os outros: impeachment.
Vai resolver o quê? Quer tirar a mim, quer botar quem no lugar?", indagou
em conversa com apoiadores, após citar aumento nos preços de combustíveis e de
itens da cesta básica.
"Esse 'quem' podia
apresentar e nos ajudar com soluções agora. Eu tenho humildade para acolher
qualquer sugestão, qualquer uma, seja qual for, a gente estuda",
acrescentou o presidente.
Pela linha sucessória, o
vice-presidente Hamilton Mourão seria quem assumiria a cadeira de presidente,
caso Bolsonaro tivesse um impeachment aprovado.
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O vice, contudo, já reforçou
em várias ocasiões que não concorda com a onda pró-impeachment que ressurgiu no
início deste ano.
A atuação do governo federal
durante a pandemia da covid-19 é dos principais motivos para os novos pedidos
de impeachment protocolados. A saída de Bolsonaro chegou a ser motivo de
carreatas pelo País nos dois últimos fins de semana de janeiro.
A eleição de aliados na
presidência da Câmara e do Senado, contudo, diminuiu as chances de que um
processo para o afastamento do chefe do Executivo seja aceito. Cabe ao
presidente da Câmara aceitar ou não o início de um processo de impedimento. O
apoio explícito do Planalto para que o deputado Arthur Lira (PP-AL) saísse
vitorioso visava em especial afastar a ameaça do impeachment.
"Tem que buscar soluções?
Tem. Graças a Deus mudou o comando da Câmara", disse Bolsonaro.
Em seguida, o chefe do
Executivo falou sobre o ex-presidente da Casa Rodrigo Maia (DEM-RJ) sem citá-lo
diretamente. Maia articulou a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP), que foi
derrotado por Lira.
Na reta final das eleições na
Câmara, o ex-presidente da Casa também intensificou as críticas ao governo
Bolsonaro. "Esse cara que saiu da Câmara agora diz que ele vai encarnar a
verdadeira oposição ao meu governo. Ele não tem que ser oposição ao meu
governo, tem que ser favorável ao Brasil, porque quando se faz política barata,
o povo sofre", declarou.
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