PM concilia atividades com carreira de cantor e disse ao CORREIO que "queria desconstruir a imagem do policial militar"
Wellington, também conhecido como Amado Cigano, cantando em um bar, em Itapuã |
O soldado Wellington Ferreira, também conhecido como o cantor Amado Cigano, estava no fim do expediente, quando entrou num bar, em Itapuã, na noite da última sexta-feira (29). Não imaginava que dali a poucas horas sua imagem circularia por toda a cidade. "Só ia beber uma água com os colegas", contou ao CORREIO. Mas, enquanto refrescava o calor, um conhecido reconheceu Amado, o cantor, trajado como Wellington, o policial, e pediu: "Amado, canta aí uma música para a gente". E Amado cantou, o momento foi capturado e o resto é história.
De início, Wellington pensou
até em recusar o pedido, que surgiu despretensiosamente, segundo
ele. "Mas fiquei sem jeito. O músico trouxe o microfone, as pessoas
ficaram tão alegres, achei que seria deselegante", relatou. A música
escolhida foi Folhas Secas, do ídolo Amado Batista. Para ele, policial há 11 anos,
cantar, fardado, "foi também uma forma de deconstruir a imagem do policial
militar, mostrar que ali, por trás da farda, existe um cidadão, um policial
militar".
Depois da repercussão das
imagens, a Polícia Militar informou, em nota, que a conduta do policial será
apurada, "para esclarecer os motivos da adoção da postura divulgada
no vídeo", e, "ao final da apuração divulgaremos o resultado a todos
os interessados". Segundo Wellington, no entanto, "não houve
pressão". Ele integra a 40ª Companhia Independente de Polícia Militar
(CIPM), que atende a região do Nordeste de Amaralina, e estava em Itapuã para
fortalecer uma operação especial contra furto e roubo de veículos na noite em
que cantou.
"As pessoas estavam
achando que a polícia estava me oprimindo, mas não está, isso é fake news. Nada
disso aconteceu, ninguém me puniu. Acredito que o procedimento é comum,
normal", disse.
Foi a primeira vez que
Wellington incorporou Amado Cigano, seu nome artístico, durante o horário de
trabalho. O Amado, claro, veio de Amado Batista. O Cigano, da descendência
cigana. "Minha mãe é cigana", contou.
A vontade de iniciar a
carreira musical surgiu depois de um trauma pessoal e profissional. Em 2018,
Wellington foi baleado depois de uma operação policial no Nordeste de
Amaralina. "A música é uma terapia", afirmou.
A gravação da cena de um
policial fardado, cantando e sorridente, naquele bar em Itapuã, logo viralizou.
No dia seguinte ao ocorrido, já pipocavam mensagens e ligações no celular do
policial e artista. Quando conversou com a reportagem, na tarde deste domingo
(31), o assunto ainda rendia. "Para você ter ideia, fui conseguir parar
para comer, agora", compartilhou. Somente no Instagram, o número de
seguidores dele saltou para 33 mil.
Embora a carreira artística tenha surgido há dois anos e só agora tenha se
tornado conhecida do público, o amor pela música surgiu na infância de
Wellington. Menino, ainda morador de Nazaré das Farinhas, no Recôncavo Baiano,
escutava as músicas de Amado Batista, influencia pelo pai. A ligação com a
música começou ali, naqueles dias embalados pelo cantor. E nem a farda o
distanciou da sua paixão de sempre.
Confira mais um vídeo do PM
cantor:
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