Circulação de pessoas será
restrita entre 22h e 5h. Rui Costa informou que medida ocorre por causa do
aumento de casos da doença na cidade.
O governador da Bahia, Rui
Costa, anunciou nesta terça-feira (16) que a Bahia terá toque de recolher por
causa do avanço da pandemia da Covid-19 no estado. A medida passa valer a
partir de sexta-feira (19). A decisão ocorreu após reunião com representantes
da União dos Prefeitos da Bahia (UPB), prefeitos e técnicos das secretarias
estaduais da Educação e da Saúde.
O toque de recolher será
válido por 7 dias, das 22h às 5h. De acordo com Rui Costa, o decreto será
assinado nesta terça-feira e será publicado no Diário Oficial do Estado (DOE)
de quarta-feira (17).
Segundo o governador, a
decisão ocorre por causa da alta taxa de ocupação dos leitos de UTI no estado,
seguindo uma apresentação de técnicos da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia
(Sesab)mostrando que a Bahia alcançou uma taxa de 74% de ocupação dos leitos de
UTI dedicados para atender pacientes com casos mais graves de Covid-19.
Veja detalhes do toque de
recolher na Bahia:
- medida começa a valer a partir de
sexta-feira, das 22h às 5h, por sete dias;
- o toque de recolher é válido para Salvador
e diversas cidades do interior da Bahia, exceto as regiões de Irecê,
Jacobina, Alagoinhas e oeste do estado;
- estão proibidas atividades comerciais não
essenciais;
- as polícias Civil e Militar irão
fiscalizar o cumprimento do toque de recolher;
- quem descumprir as regras pode ser preso e
irá responder por crime contra a saúde pública;
“O decreto que será publicado
nesta quarta-feira irá valer por sete dias e proíbe atividades comerciais não
essenciais. É uma medida que precisamos tomar para conter as taxas de contágios
e o número de casos ativos que hoje ultrapassam 15 mil. É uma forma de conter o
avanço desse número alarmante que, se continuar crescendo, irá levar ao total
colapso do sistema de saúde”, declarou o governador.
De acordo com Rui Costa, a
medida será válida para a maior parte das cidades baianas, exceto nas regiões
de Irecê, Jacobina, na região de Alagoinhas e no oeste do estado, onde as taxas
de ocupação dos leitos de UTI não são alarmantes.
"O objetivo é evitar a
convivência em bares, bebidas, carros de som, aquelas aglomerações na madrugada
que geram muita contaminação, porque em geral estão associadas a bebidas
alcoólicas, portanto há descuido nas relações de convivência. Com isso, nós
esperamos preservar vidas humanas, garantir leitos hospitalares para quem
precisar", disse o governador.
"Nós precisamos conter a
taxa de contaminação. Neste momento, quero fazer um apelo especial aos
prefeitos, para que nos ajudem nessa mobilização. Pedir ajuda aos vereadores,
deputados, enfim, a sociedade mobilizada para que a gente consiga conter o
avanço do coronavírus e das variantes na Bahia", completou.
"É fundamental para que a
gente não presencie repetição de imagens tristes que vimos acontecer em outros
lugares do país, com falta de leitos, com falta de UTI. Não vamos
permitir", disse Rui Costa.
O governador ainda afirmou que
quem desrespeitar o toque de recolher poderá ser preso e responderá por crime
contra a saúde pública.
"Nós vamos atuar,
conforme a lei. A polícia Militar e Civil atuarão no sentido de orientação e,
eventualmente, fechamento daquelas unidades comerciais como bares,
restaurantes, ou festas, carros de som na rua, chamados de ‘paredão’, a polícia
vai agir fortemente para impedir qualquer aglomeração desse tipo a partir das
22h", disse o governador.
"Portanto, nessas regiões
não será permitido, e será feito o devido processo legal, inclusive com indiciamento
das pessoas por crime de saúde pública, por ameaçar a vida humana",
afirmou Rui.
Em relação a volta às aulas,
Rui Costa destacou três critérios que precisam ser obedecidos: a redução do
número de casos ativos, a diminuição do número de óbitos e a queda das taxas de
ocupação de leitos.
"Definimos que esses
critérios são os requisitos mínimos necessários para que possamos ter um
retorno sem colocar em risco a vida de nossos professores, pais, alunos e todos
os seus familiares", concluiu.
De acordo com o secretário de
Saúde, Fábio Vilas-Boas, "os dados indicam um risco real de colapso do
sistema de saúde e consequente aumento na mortalidade. Nesse momento, apenas
medidas de distanciamento social mais severas minimizarão as altas taxas de
transmissão do vírus". Nesta terça, o secretário anunciou que testou
positivo para a Covid-19.
Ainda nesta terça, durante o
#PapoCorreria, transmissão ao vivo onde Rui Costa tira dúvidas da população, o
governador informou que existe a possibilidade do horário do toque de recolher
ser ampliado.
"Se ao longo desses sete
dias a situação se agravar ainda mais, nós podemos ampliar o horário do toque
de recolher. Em vez de 22h, pode ser 20h, pode ser 18h".
Segundo o governador, a
ampliação do horário vai depender do comportamento dos números, seja de
pacientes em leitos de UTI ou da UPA e também do crescimento de casos ativos.
Ainda durante a transmissão ao
vivo, Rui Costa falou sobre a possibilidade de adotar o lockdown no estado.
"Se a situação degradar
muito rapidamente aí nós iremos para medidas mais drásticas, como a Alemanha
adotou, que é o fechamento de tudo, que ficou conhecido como lockdown".
Alerta para colapso na saúde
O governador já havia anunciado
que não descartaria o toque de recolher no estado. Na ocasião, ele disse que a
medida seria "para evitar o pior".
No último sábado (13), o
governador também já tinha feito um alerta para colapso na saúde, já que
diversos hospitais estão com 100% de ocupação das UTIs.
Nesta terça-feira, por
exemplo, as cidades de Ilhéus e Itabuna estão com mais de 90% dos leitos de UTI
ocupados para tratamento da Covid-19.
Ainda nesta terça-feira, de
acordo com dados da Secretaria Estadual da Saúde, a Bahia registrou 3.849 novos
casos de Covid-19 nas últimas 24 horas. Do total de casos, 609.546 já são
considerados recuperados e 15.084 encontram-se ativos.
O boletim tamém contabilizou
66 óbitos em diferentes datas, o que representa uma letalidade de 1,71%. O
total de mortes pela doença no estado, desde o início da pandemia é 10.864.
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