O anúncio acontece em meio ao
debate sobre reajustes dos combustíveis e a independência da Petrobras. O
presidente Bolsonaro voltou a negar qualquer plano de interferência na
companhia. Mesmo assim, as ações despencaram.
Em meio ao debate sobre
reajustes dos combustíveis e a independência da Petrobras, a empresa anunciou
nesta segunda-feira (8) aumento do preço dos combustíveis nas refinarias. O
presidente Jair Bolsonaro voltou a negar qualquer plano de interferência na companhia.
Mesmo assim, as ações despencaram.
É o terceiro aumento da
gasolina e o segundo do diesel nas refinarias em 2021. Os aumentos valem a
partir desta terça-feira (9). Nas bombas, até agora, a gasolina já subiu 5,5% e
o diesel, quase 3,5%. Aumentos que não tiraram a preocupação dos investidores
interessados nos ganhos da companhia.
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A desconfiança é que a
Petrobras não esteja seguindo à risca sua própria política de reajuste de
preços, que acompanha a variação do petróleo e do dólar no mercado internacional.
A empresa confirmou que, em
junho de 2020, mudou de três meses para um ano o prazo limite para verificar
esse alinhamento dos preços dos combustíveis no Brasil e no exterior. Analistas
dizem que isso pode levar a uma defasagem entre o que acontece aqui e lá fora.
“Quanto mais você alonga o
reajuste de preços, seja para alta ou seja para baixa, tanto faz, maior a
instabilidade dos preços e maior a dificuldade, inclusive, para os importadores
de derivados de petróleo dentro do Brasil”, explica Álvaro Bandeira,
economista-chefe do Modalmais.
A independência da empresa
para tomar decisões também foi questionada depois que o presidente Jair
Bolsonaro convocou o presidente da Petrobras para uma reunião. Jair Bolsonaro
tem falado sobre o preço dos combustíveis desde que caminhoneiros manifestaram
insatisfação com os reajustes no fim de janeiro.
O receio de que possa
acontecer uma possível ingerência na empresa acabou afetando as duas ações da
companhia negociadas na Bolsa. Nesta segunda-feira (8), a do tipo PN caiu 3,14%
e a ON foi a que teve a maior queda no pregão: 4,14%.
“Como existe um receio de uma
eventual interferência, e não é de agora, é um receio histórico de que o
governo, principal acionista da companhia, possa vir a fazer uma interferência
política numa empresa que tem, sim, o capital aberto, toda informação que possa
se assemelhar a isso acaba gerando uma precificação negativa”, afirma Étore
Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.
“No passado, a gente teve uma
interferência muito forte até por outras razões, era uma razão de tentar
segurar principalmente a taxa inflacionária e acabou dando no que deu. A
Petrobras se endividou barbaramente e, com certeza, a experiência foi muito
danosa, foi muito ruim”, diz Álvaro Bandeira.
Na tarde desta segunda, o
presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer que não há interferência na Petrobras:
“Estávamos reunidos com a equipe do Paulo Guedes vendo a questão do impacto do
novo reajuste dos combustíveis. Como nós não temos como interferir e não
pensamos em interferir na Petrobras”.
Mais cedo, o presidente
repetiu o que disse na última sexta-feira (5): que estuda uma maneira de mexer
nos impostos que incidem sobre os combustíveis, inclusive o ICMS, que é um
imposto estadual e incide sobre a venda e transporte de diversos produtos.
Analistas dizem que qualquer
negociação de tributos não pode virar uma disputa que interfira na gestão e nos
resultados da companhia.
“Hoje, a Petrobras é uma
empresa do mundo, tem acionistas espalhados pelo mundo inteiro. A Petrobras tem
muito para investir ainda, principalmente na área de pré-sal e isso pode
atrasar os planos de investimentos da companhia”, explica Álvaro Bandeira,
economista-chefe do Modalmais.
A Petrobras afirmou que não
houve mudança na política de preços, que continua alinhada aos preços
internacionais.
Com informações G1.
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