O presidente Jair Bolsonaro
(sem partido) disse hoje que rasgaram o cartão de vacinação da sua mãe, Olinda
Bunturi Bolsonaro, de 93 anos, logo após a aplicação da primeira dose do
imunizante contra a covid-19. Em live semanal transmitida pelas redes sociais,
Bolsonaro afirmou que, na semana passada, a mãe recebeu a vacina
AstraZeneca/Oxford contra a covid-19, mas que no cartão consta a vacina
CoronaVac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan em parceria com o
governo de São Paulo.
"Aqui está o cartão de
vacina da minha mãe, ela foi vacinada no dia 12 de fevereiro, primeira dose,
lote tal, fabricante Oxford. 'Tá' aqui. Ela foi vacinada e o cara [profissional
de saúde que aplicou a vacina] foi embora. Horas depois ele volta apavorado,
chamou a pessoa que acompanha minha mãe, pegou o cartão de vacina e rasgou. Daí
entrega para minha mãe um cartão escrito vacina do Butantan", afirmou
Bolsonaro.
O UOL entrou em contato com a assessoria de comunicação da prefeitura de Eldorado, cidade do interior de São Paulo onde vive a mãe de Bolsonaro, para pedir um posicionamento sobre o ocorrido, logo após a acusação feita pelo presidente.
Durante o período de testes da
CoronaVac, Bolsonaro chegou a dizer que o imunizante era a "vacina chinesa
de João Doria" e que o povo brasileiro não seria "cobaia". Em
outubro, ele desautorizou publicamente o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello,
que havia anunciado a compra de 46 milhões de doses do imunizante.
As duas vacinas aplicadas
atualmente no país —a CoronaVac, do laboratório Sinovac e produzida no Brasil
pelo Instituto Butantan, e a da Universidade de Oxford em parceria com o
laboratório AstraZeneca— foram aprovadas emergencialmente pela Anvisa (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária) em 17 de janeiro.
Ambas divulgaram sua taxa de
eficácia global contra a covid-19 acima de 50%, índice estipulado pela OMS
(Organização Mundial de Saúde) para aprovação dos imunizantes, comprovando
cientificamente a sua eficácia.
Nos testes, nenhum voluntário
vacinado adquiriu uma forma grave da covid-19 se contaminado. As taxas de
eficácia dos dois imunizantes são semelhantes às verificadas em vacinas que já
fazem parte do PNI (Programa Nacional de Imunização), como a da gripe.
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