Em cerimônia de alunos que
ingressam no Exército, presidente comentou troca de comando na Petrobras anunciada
na sexta (19)
Após mudança na Petrobras, Bolsonaro diz que haverá mais mudança na semana que vem
Bolsonaro fez a declaração um
dia após anunciar a troca do comando na Petrobras. Em nota divulgada em rede
social, o mandatário informou que Roberto Castello Branco seria substituído
pelo general Joaquim Silva e Luna, ex-diretor geral da usina Itaipu Binacional.
"Problemas hoje tenho e temos que decidir. Pior do que uma decisão mal
tomada é uma indecisão. Tenho que governar, trocar as peças que por ventura não
estão dando certo", disse.
"Se a imprensa está
preocupada com a troca de ontem, na semana que vem teremos mais trocas. O que
não me falta coragem para decidir pensando no bem maior da nossa nação",
disse. "O mais fácil é se acomodar e se aproximar daqueles que não tem
compromisso com a sua pátria e assim usufruir de benesses. Da nossa parte, da
minha equipe de ministros isso não ocorrerá."
A solenidade teve como
objetivo formalizar a matrícula dos alunos cadetes no Exército. O ingresso é
feito por meio de um concurso para jovens do sexo masculino e feminino. São
cerca de 419 alunos que participam do desfile. Os alunos receberão uma boina
simbolizando o início das carreiras no Exército Brasileiro.
Troca de comando
A indicação do nome de Silva e
Luna precisa, no entanto, ter aprovação do conselho de administração da
Petrobras. Bolsonaro não tem poder formal para demitir Castello Branco. A
decisão cabe ao conselho, formado por membros indicados pelo governo, mas que
atuam com independência. O conselho deve se reunir na terça-feira (23) e deve
discutir a troca.
Com os seguidos aumentos no
preço dos combustíveis, Bolsonaro já havia demonstrado insatisfação com o
comando da Petrobras. Nesta sexta, durante visita à cidade de Sertânia, em
Pernambuco, ele reafirmou que faria "mudanças" na Petrobras após mais
um reajuste no preço dos combustíveis, anunciado pela estatal nesta
quinta-feira (18).
"Jamais vamos interferir
nesta grande empresa e na sua política de preços, mas o povo não pode ser
surpreendido com certos reajustes", disse. Durante a visita ele ainda
mandou um recado: "exijo e cobro transparência de todos aqueles que eu
tive a responsabilidade de indicar".
Algumas horas antes, em uma
live para eleitores nesta quinta-feira (18), o presidente também falou de fazer
trocas na empresa. A fala gerou uma reação negativa do mercado, e a empresa
teve queda de até 7,92% de suas ações na sexta.
Currículo Silva e Luna
Silva e Luna é general de
Exército da reserva e foi ministro da Defesa do governo Michel Temer. Ele foi o
primeiro militar a ocupar o Ministério da Defesa desde a sua criação em 1999 e,
agora, também marca a volta de um ex-ocupante das Forças Armadas no comando da
Petrobras.
O general incorporou-se ao
Exército em 10 de fevereiro de 1969, na Academia Militar das Agulhas Negras
(AMAN). Foi declarado aspirante-a-oficial de Engenharia em 16 de dezembro de
1972.
Ele possui pós-graduação em
Política, Estratégia e Alta Administração do Exército e em Projetos e Análise
de Sistemas. Também fez Mestrado em Operações Militares e Doutorado em Ciências
Militares. Em 2015, o general foi nomeado como novo secretário-geral do
Ministério da Defesa. Em janeiro de 2019, foi nomeado pelo presidente Bolsonaro
como o diretor-geral da Usina Itaipu Binacional.
Com informações R7.
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