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Claudinei só ficou sabendo que acertou quatro números da Mega da Virada graças ao paciente, Rogério, que acertou 5 unidades em bolão |
Um paciente de covid-19 e seu
enfermeiro estão entre os premiados pela Mega-Sena da Virada.
Mas apesar de se conhecerem,
os dois não ganharam em um jogo conjunto, e o profissional da saúde só ficou
sabendo que havia acertado quatro números do sorteio no último domingo (28),
quase três meses depois, graças ao alerta de Rogério Maria, de 51 anos, que
recebe seus cuidados em Campinas, no interior de São Paulo.
Claudinei Pereira dos Santos,
de 30 anos, levou R$ 919,27. Ele decidiu conferir os números de sua aposta
apenas após receber o conselho do paciente, que já havia embolsado R$ 7.325,26
em um bolão da loteria, após acertar cinco números.
Na ocasião, Rogério comentava
sobre o dinheiro que recebeu da Mega-Sena no dia 4 de janeiro deste ano.
"Foi então que eu falei
que também apostei na Virada, mas como sabia que a pessoa ganhadora não era de
Campinas, eu sequer conferi o resultado. O Rogério me disse que eu deveria
checar, porque milhões eu não ia embolsar, mas podia ter algum prêmio menor",
detalhou o enfermeiro.
Após receber a dica, ele foi
para casa, conferiu o jogo que havia feito e constatou que acertou a quadra. O
prêmio foi resgatado na última segunda-feira (29), dois dias antes do término
do prazo, nesta quarta (31).
"É surpreendente, porque
duas pessoas que convivem diariamente ganharam um prêmio que é muito disputado
em todo o país. Outro detalhe é que, quando fizemos as apostas, nós nem nos
conhecíamos. São jogos completamente diferentes", destaca Rogério.
O paciente começou a ser atendido
pelo enfermeiro no final de fevereiro, enquanto os palpites foram lançados por
ambos no final de 2020.
A convivência diária entre
eles, citada por Rogério, se mantém inclusive aos finais de semana e feriados.
Santos oferece atendimentos de enfermagem em sessões que ocorrem na própria
casa do homem, que trata as sequelas da covid-19 no sistema homecare. Cada
visita dura até 40 minutos.
"O Claudinei entrou na
minha vida em um momento delicado, no qual eu luto contra muitos problemas que
me foram gerados pelo coronavírus. Então, fiquei muito feliz por essas
coincidências. Elas são uma coisa boa em meio ao caos", comemora o
analista de sistemas.
Histórias cruzadas
Rogério Maria foi internado
com covid-19 na Santa Casa de Saúde de Campinas no dia 30 de julho de 2020,
permanecendo no local até 28 de setembro do mesmo ano.
Dos 68 dias no hospital, ele
passou 42 em coma.
"Precisei fazer uma
traqueostomia e 28 dias de hemodiálise. Também tive pneumonia e infecção
bacteriana, por conta do longo período de internação e da imunidade baixa. Meus
pulmões chegaram a ficar 80% comprometidos", recorda.
Quando recebeu alta, o
analista foi para casa pesando 27 quilos a menos, além de perda de memória
recente e lesões nos nervos periféricos das duas pernas.
Uma das consequências da
covid-19, para ele, também foi uma lesão na nádega, ferimento causado por ter
ficado muito tempo deitado em uma única posição. O machucado exige um curativo
cuja troca é diária. É este o serviço que o enfermeiro presta para o paciente.
Sorte em uma jogada
Quando o assunto é a
Mega-Sena, Rogério relata que possuía R$ 34 reais na carteira no dia 2 de
janeiro de 2021, quando recebeu a notícia de que o bolão que ele participou
havia sido contemplado no sorteio da Virada, que tinha mais de R$ 325 milhões
em jogo para o prêmio principal.
O dinheiro veio em um bom
momento porque, justamente em razão das sequelas da covid-19, o homem estava
sem receita nenhuma.
"Apostar na Mega foi
minha última tacada. O dinheiro foi muito importante e salvou o meu mês de
janeiro com o pagamento de contas e a compra de insumos básicos, como os
medicamentos que utilizo", relata.
Já o enfermeiro, que descobriu
apenas agora o prêmio na loteria mais desejada do país, conta que pretende
guardar o valor obtido.
A reserva, segundo ele, será
gasta apenas se ele desejar novamente fazer uma nova aposta. "Das próximas
vezes, eu não vou demorar para conferir", brinca.
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