Família diz que pai e filho
eram muito apegados
Uma discussão de família
terminou em tragédia no bairro de Brotas. O borracheiro Jacildo Pereira
das Neves, 44 anos, foi morto a tiros pelo próprio filho na casa onde moravam.
Ele espancava a esposa com um porrete quando o filho, chamado Joanderson,
flagrou a cena e saiu em defesa da mãe. O fato ocorreu na manhã do último
domingo (7), por volta das 8h.
Segundo moradores da região, a
mulher era agredida constantemente pelo marido, que a proibía de sair de casa.
Eles contam ainda que, no dia do crime, marido e mulher estavam brigando quando
o borracheiro se exaltou e começou a espancar a esposa. Ao ver a cena, o filho
mais velho do casal pegou uma arma e atirou três vezes no pai, que morreu na
hora. Joanderson, de 22 anos, é o mais velho de quatro irmãos e era
considerado o xodó do pai.
A casa onde a família mora fica nos fundos da borracharia
onde Jacildo trabalhava, na Rua Direta da Polêmica, no trecho do Parque Bela
Vista, próximo à entrada do Conjunto dos Comerciários. Na hora em que tudo
aconteceu, todos estavam em casa: além dos pais e do filho mais velho, os
outros três filhos, duas moças e um menino.
Nesta manhã, o irmão de Jacildo, Joselino Pereira, foi ao local do crime e
disse que a família está assustada com tudo que aconteceu. “Foi um negócio
muito rápido. Quando soube da confusão, o pior já tinha acontecido”, disse em
frente à borracharia, que foi erguida por pai e filho.
Sobre o sobrinho ter saído em defesa da mãe, ele preferiu não comentar. “Não
estava na hora, não tenho como dizer nada sobre isso. As pessoas que estavam na
hora são quem poderiam dar os detalhes, mas não estão aqui. A casa está
vazia”, disse.
Joselino contou ainda que a família está consternada, principalmente porque pai
e filho tinham uma boa relação. “Estamos sem entender até agora o que
aconteceu. Ele (Joanderson) era o braço direito do pai. Os dois se davam muito
bem. Só viviam juntos. Para se ter uma ideia, o filho era a pessoa de confiança
dele na borracharia. Quando meu irmão não estava, quem resolvia era o meu sobrinho”,
relatou.
O tio do rapaz disse ainda que não sabe de quem é a arma usada no crime. “Isso
é algo que não sei. Como essa arma apareceu nessa casa ninguém sabe. Só
Joanderson mesmo para explicar”, declarou.
Mais cedo, outros parentes foram ao Instituto Médico Legal (IML) Nina
Rodrigues para fazer a liberação do corpo do borracheiro, entre elas, duas
irmãs de Jacildo. Abaladas, elas preferiram não falar sobre o caso, mas
confirmaram o que ocorreu.
“Sim, foi o filho que matou o
próprio pai. Mas não queremos falar sobre isso, porque é muito doloroso para a
família. É muito duro saber que meu irmão foi morto pelo meu sobrinho”.
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Investigação
De acordo com a Polícia Civil, que investiga o crime, Jacildo foi atingido
por três disparos. “De acordo com os relatos iniciais, os tiros foram
deflagrados pelo filho da vítima, após uma discussão. Foi realizada perícia no
local e as testemunhas devem prestar depoimento. O crime será apurado pela 1ª
DH/Atlântico. O suspeito ainda não foi localizado”, diz nota.
Já a Polícia
Militar informou que policiais da 26ª Companhia Independente da PM
(CIPM/Brotas) foram acionados após receber informações que um homem tinha
sido vítima de disparos de arma de fogo no interior de uma residência. “Como a
vítima não resistiu aos ferimentos, a área foi isolada e o Serviço de
Investigação de Local de Crime acionado para proceder com a perícia e
remoção do corpo”, diz nota enviada.
O enterro de Jacildo foi
realizado às 14h desta segunda no cemitério municipal de Paripe. Até o
momento, não há informações sobre a localização do autor do crime.
Com informações Jornal Correio.
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