Maior fatia do preço da
gasolina é formada por impostos. Carga tributária é menor sobre o diesel.
Depois de uma forte queda nos
primeiros meses da pandemia, os preços dos combustíveis na bomba aumentaram
desde meados do ano passado, conforme as atividades econômicas foram retomadas
após a fase mais rígida do isolamento social contra a disseminação do coronavírus.
O ano de 2021 começou com
sucessivas altas no preço dos combustíveis, pesando nos bolsos dos
consumidores.
Mas como são formados esses
preços?
Como a Petrobras é dominante
no mercado, a influência do preço da gasolina e do diesel começa com a empresa,
mas também há a venda de empresas privadas. O diesel sofre ainda mais
influência, por conta do peso do petróleo na composição.
Além de impostos (ICMS,
PIS/Pasep e Cofins, e Cide), a diferença entre os preços das refinarias para o
preço cobrado do consumidor sofre influência dos lucros do produtor ou
importador, custo do etanol anidro (no caso da gasolina) e do biodiesel (no
caso do diesel) e margens do distribuidor e revendedor.
Cadeia de comercialização dos combustíveis — Foto: Arte/G1
Veja abaixo a formação de preço
de cada um.
Diesel
O diesel tem a maior
influência da Petrobras sobre a formação dos preços. A porção de realização
(fatia que fica com a Petrobras) da empresa no preço é de 47%, quase metade do
que o consumidor encontra da bomba.
Os impostos são a segunda
maior fatia, com 23% do preço. Há, contudo, uma divisão entre tributos federais
e estaduais. O ICMS, da unidade federativa, é maior, com 14%. Cide, PIS e
Cofins têm uma mordida de 9%.
A cadeia de distribuição e os
revendedores ficam com 16% do valor pago, terceira maior porção do preço.
Por último, há também
influência do biodiesel. Atualmente, é necessária uma mistura mínima ao diesel
mineral em proporção de 12% pelas distribuidoras, segundo a Petrobras. Em 2023,
essa parcela deve chegar a 15%.
Composição de preço do diesel — Foto: Arte G1
Gasolina
A gasolina vendida nos postos
é uma mistura entre gasolina e etanol anidro. A divisão é de 73% e 27%,
respectivamente. Como o diesel, incidem os impostos e lucro de distribuição e
revenda no preço final.
A maior fatia do preço da
gasolina é formada por impostos. Somados, o ICMS, o PIS/Pasep e Cofins somam
44% do valor final, sendo 29% para o primeiro e 15% para os demais. O que fica
para a Petrobras (a realização) são 29% do preço final.
Na sequência, entra o etanol
anidro – representa 15% do valor final. O lucro das distribuidoras e
revendedoras é de 12%.
Composição de preço da gasolina — Foto: Arte G1
Preço do petróleo
A principal pressão em cima do
valor dos combustíveis vem dos preços internacionais do petróleo. Houve uma
dupla ação, da alta da commodity no mercado internacional desde a retomada das
atividades econômicas e da cotação do dólar.
A pandemia do coronavírus
demandou uma restrição da circulação de pessoas para conter o espalhamento da
Covid-19. O preço do petróleo afundou no momento mais intenso do isolamento
social e veio em uma crescente conforme houve abertura das atividades
comerciais.
Preços do petróleo WTI, em US$ — Foto: G1 Economia
Levantamento da consultoria
Economatica mostra que o barril de petróleo WTI acumula alta de 164% desde o
início de maio do ano passado. Mas os preços chegaram, pela primeira vez, a
patamares negativos em abril. Comparados a preços do início de 2020,
entretanto, os preços estão 15% menores em dólar.
Acontece que o dólar teve alta
considerável no ano passado. O ganho anual da moeda americana foi de 29%,
impactando as margens de todo o ciclo de produção de combustíveis.
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