Estrangeiros são o principal
público dos eventos que acontecem na região de Bonito, no sudoeste de Mato
Grosso do Sul.
Sucuri foi fotografada até sair do rio Formoso, em Bonito — Foto: Daniel De Granville / Photo in Natura
Sucuris gigantes em rios de
águas cristalinas de Mato Grosso do Sul podem causar medo em muita gente. Mas,
para fotógrafos subaquáticos, esses flagrantes representam, na verdade, a
oportunidade de observar (e registrar) esses animais.
As expedições sempre acontecem
no inverno – mas a edição de 2020 teve de ser cancelada, por conta da pandemia
de Covid-19.
Debaixo d'água ou em solo
firme, profissionais estrangeiros e apaixonados pela vida selvagem chegam
anualmente ao estado, na região de Bonito, a 300 km de Campo Grande, em busca
dos exemplares que chegam a medir 7 metros de comprimento.
Mas, diante da impossibilidade
de expedições – o que consequentemente inviabiliza novas imagens desses répteis
–, o biólogo Daniel De Granville tem viralizado na internet com algumas de suas
fotos mais impressionantes. É ele quem guia os clientes, garantindo tanto a
segurança deles quanto a das sucuris, para que elas não se sintam ameaçadas
pela presença do homem.
"Deixo bem claro para os
fotógrafos, que aqui não se deve chegar muito perto das sucuris e muito menos
encostar nelas, até por conta da nossa legislação. Caso o animal se sinta
incomodado, a expedição termina naquele momento", explicou o biólogo
ao G1.
Sucuris durante acasalamento, em MS. — Foto: Daniel De Granville/Photo in Natura Mergulhadores estrangeiros captam imagens subaquáticas de sucuri — Foto: Daniel De Granville / Photo in Natura
Ainda de acordo com Granville,
a difusão das imagens das sucuris vem contribuindo para a desmistificação de
que se trata de um animal é perigoso. E as, fotos que mostram tantos detalhes,
ajudam no avanço das pesquisas científicas.
"Depois que começamos a exibir
fotos assim, os turistas que vêm a Bonito e região têm mostrado mais interesse
e curiosidade em ver de perto esses animais", afirma.
Ariranha encontra sucuri no fundo de rio de águas cristalinas, em MS. — Foto: Daniel De Granville/Photo in Natura
Conforme o biólogo, as
expedições que acontecem no inverno, porque é o período de acasalamento e esse
é o motivo de encontrá-las com maior facilidade: "Por conta das baixas
temperaturas, nessa época, as noites são frias e, durante o dia, as sucuris costumam
sair para tomar sol de manhã e aí é o momento que fica mais fácil para fazer os
flagrantes", explicou.
Segundo Granville, é preciso
paciência antes de encontrar os animais, porque esses são discretos, não
costumam fazer barulhos e não deixam rastros.
Outro ponto positivo que o
biólogo destaca referente aos eventos que possibilitam a observação das
sucuris, é que muitos proprietários rurais, hoje demonstram orgulho em ter
sucuris em suas propriedades: "Antes era relativamente comum quererem se
livrar destes animais, por medo. Hoje eles nos chamam para mostrar o bicho
quando encontram", afirma.
Sucuri flagrada durante expedição de fotógrafos, em MS. — Foto: Daniel De Granville/Photo in Natura |
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