Procedimento é realizado em quadros graves da doença, quando o paciente perde a capacidade de respirar sozinho
Em quadros graves de covid-19,
quando a capacidade de respiração é afetada e o pulmão fica comprometido,
o procedimento de intubação é realizado para que o paciente consiga
respirar de forma adequada. A intervenção faz parte do tratamento realizado na
UTI (unidade de terapia intensiva) quando outros métodos de suplementação de
oxigênio já não dão resultados.
Segundo Jefferson Santana,
enfermeiro cardiopneumo-intensivista, nestes casos um tubo é introduzido pela
garganta do paciente, até um ponto próximo ao pulmão, para que o aparelho de
ventilação mecânica consiga ventilar oxigênio suficiente para mantê-lo vivo.
Mas, antes disso, o paciente precisa ser sedado para que o procedimento seja
realizado.
É quando entra o chamado “kit
intubação”, um conjunto de remédios, que inclui anestésicos, bloqueadores
neuromusculares e sedativos, utilizados para que o paciente não sinta dor nem
tente colocar o tubo para fora.
“É um procedimento que causa
incômodo e dor, o paciente não pode ficar acordado, porque o instinto natural
do corpo é que tudo o que estiver na garganta e que não devia estar lá, seja
expelido”, explica Santana.
Os sedativos administrados
durante o período de intubação impedem que o paciente tenha consciência sobre o
próprio corpo, inclusive no que diz respeito a necessidades fisiológicas, como
se alimentar, evacuar e urinar, ou mesmo para realizar a sua higiene, então
estes cuidados são feitos no leito do paciente pela equipe responsável por seus
cuidados.
“Para evacuar o paciente usa a
fralda, mas para controle de urina, que precisamos que seja feito de maneira
mais exata, é introduzida uma sonda pela uretra do paciente”, afirma o
enfermeiro.
Segundo Santana, o controle da
urina é importante porque é um dos marcadores de melhora ou piora da pessoa
intubada, assim como outros parâmetros vitais que também são monitorados
durante o período de intubação.
“Monitoramos como o coração
está batendo, como a pessoa está respirando, a saturação, a temperatura. De
repente se a pessoa parou de urinar não é porque ela está intubada, mas pode
ser que teve algum tipo de infecção no sangue ou na urina, por exemplo”, avalia
o enfermeiro.
O paciente intubado também
realiza a alimentação de forma artificial, por meio de uma sonda introduzida no
nariz, já que a sedação o impede de se alimentar pela boca.
“Depende do objetivo da sonda,
que pode ficar no estômago, mas geralmente fica no intestino. Toda a
administração de medicamento, alimentos e água é feita por ela”, afirma
Santana.
Em relação ao banho, o
enfermeiro explica que cada instituição tem um protocolo, mas que pode ser
realizado com água diretamente na pessoa, ou a partir do uso de alguma
tecnologia descartável que dispensa o uso de água ou enxaguante.
Quando a traqueostomia é
necessária?
A traqueostomia também é uma
forma de ventilação mecânica, segundo Santana, e é realizada quando a equipe
conclui que o paciente ficará intubado por mais de um mês.
“Depois de uma semana com o
paciente intubado, já se pode pensar em traqueostomia para otimizar essa
recuperação. Em relação à covid, pensamos pensa em pelo menos 15 dias de
intubação, mas há pessoas que ficam mais”, afirma o enfermeiro.
Nestes casos, ao invés de um
tubo introduzido pela garganta, um mini tubo é colocado na traqueia, abaixo das
cordas vocais, por meio de um procedimento cirúrgico.
“A traqueostomia pode dar mais
autonomia para o paciente, porque é algo mais curto e ele não precisa estar
sedado, então ele consegue ir até ao banheiro, não precisa de uma sonda para se
alimentar, consegue tomar seu banho, caminhar, é mais confortável”, explica.
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