Alguns países ao redor do mundo já suspendem o uso de máscaras após avanço da vacinação; entenda como esse cenário não se aplica ao Brasil
Imagens
simbólicas têm viralizado recentemente na internet com repórteres tirando as
máscaras ao vivo ao noticiar que, nos Estados Unidos, o uso de máscaras não é
mais obrigatório para a população já vacinada com as duas doses. Um gesto
simples e tão esperado por milhões de pessoas ao redor do mundo que traz
esperança de volta à normalidade. Mas, no Brasil, essa realidade ainda está
distante. Confira abaixo alguns motivos pelos quais deve-se manter o uso de
máscaras e o distanciamento social no Brasil mesmo com a vacinação.
Aumento constante no número de
casos
Em mais de um ano de pandemia
do novo coronavírus, o país vive o pior momento no número de contágios e mortes
diárias por causa da Covid-19. São mais de 70 mil novos casos diários, enquanto
nos Estados Unidos a curva de contágio tem diminuído conforme a vacinação
avança no país. O infectologista do Hospital Universitário Cajuru, João Telles,
explica que o aumento no Brasil se deve a três fatores principais. “A presença
de variantes de cepas circulando no território nacional, somado ao baixo número
de pessoas vacinadas com as duas doses e o aumento da circulação da população
economicamente ativa acabam culminando no alto número de casos de Covid no
Brasil”, diz.
Baixo índice de vacinados no
país
A suspensão do uso de máscaras
entre os norte-americanos é resultado do alto número de pessoas já
completamente vacinadas no país, que contempla inclusive adolescentes a partir
de 12 anos de idade. Enquanto isso, o Brasil ainda vacina idosos e pessoas com
comorbidades.
O infectologista explica que,
para suspender as máscaras, é necessário que uma alta parcela da população
esteja imunizada. “Se tivermos um alto índice de vacinação, com uma curva baixa
de contágios e baixa ocupação hospitalar, os riscos de transmissão comunitária
são menores. É preciso que esses três fatores estejam andando juntos. Mas essa
é uma realidade completamente diferente do Brasil, onde não temos uma grande
parcela da população vacinada, com número de casos variando bastante e taxa de
ocupação hospitalar muito alta, na maioria das cidades”, afirma.
Crescimento de casos em jovens
Outro fator que justifica o
constante uso de máscaras no Brasil é a queda de idade entre os casos mais
graves da Covid-19. “Como a vacinação completa está entre as pessoas acima de
70 anos, eles têm menores chances de desenvolver o estágio grave da Covid se
forem contagiados pelo vírus. Dessa forma, há uma tendência da curva aumentar
entre a população mais jovem, além de serem as pessoas em maior circulação nas
ruas devido à necessidade de voltar ao trabalho e também por causa das
variantes que podem desenvolver casos mais graves em pacientes nessa nova faixa
etária”, finaliza o infectologista.
A orientação dos médicos é, de
acordo com a situação da pandemia no Brasil, que a população continue usando
máscaras em ambientes abertos e fechados e mantenha o uso constante de álcool
em gel e distanciamento social. Uma vez que a vacinação está no início, essas
ainda são as formas mais efetivas de evitar o vírus da Covid-19.
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