Caderneta de poupança passa a
ter retorno de 0,20% ao mês e de 2,45% ao ano, mas continuará perdendo para a
inflação. Prévia da inflação oficial acumulou em abril alta de 6,17% em 12
meses.
Com a nova alta na taxa
básica de juros da economia brasileira, a caderneta de poupança passará a
render um pouco mais, mas ainda assim continuará perdendo para a inflação.
Nesta quarta-feira (5), o
Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a Selic 2,75% para 3,50% ao ano,
confirmando as expectativas do mercado.
Com a nova taxa de juros, a
rentabilidade da caderneta de poupança passará a ser de 0,20% ao mês e 2,45% ao
ano, segundo cálculos da Associação Nacional dos Executivos de Finanças
Administração e Contabilidade (Anefac). Antes, o rendimento estava em
0,16% ao mês e de 1,93% ao ano.
Pela regra em vigor desde
2012, quando a Selic está abaixo de 8,5% a correção anual da caderneta de
poupança é limitada a um percentual equivalente a 70% dos juros básicos mais a
Taxa Referencial (TR, que está em zero desde 2017).
Simulação de aplicação de R$
10 mil
Veja como fica um rendimento
de R$ 10 mil na poupança num prazo de 12 meses, segundo a Anefac:
- Antes: rendimento era
de R$ 193 (R$ 10.193 ou 1,93% ao ano)
- Agora: rendimento será
de R$ 245 (R$ 10.245 ou 2,45% ao ano)
Vale destacar, porém, que os
depósitos feitos até abril de 2012, na chamada "poupança velha",
continuam rendendo 0,50% ao mês e 6,17% ao ano (ou R$ 617 para cada R$ 10 mil
aplicados).
Poupança x inflação
Em março, os saques das
cadernetas de poupança superaram os depósitos em R$ 3,524 bilhões, segundo o o
Banco Central. No primeiro trimestre, a saída líquida de recursos desta
modalidade de aplicação financeira somou R$ 27,541 bilhões — novo recorde
histórico.
Desde o ano passado, a
poupança vem perdendo rentabilidade. Em março, o retorno em 12 meses,
descontada a inflação medida pelo IPCA, foi de -4,16%, segundo levantamento da
provedora de informações financeiras Economatica. Março foi o sétimo mês
consecutivo no vermelho da poupança.
Em abril, a prévia da
inflação oficial (IPCA-15) acumulou alta de 6,17% em 12 meses.
Os economistas do mercado
financeiro estimam atualmente uma taxa de 5,04% para o IPCA em 2021. Já a previsão
para a Selic no fim de 2021é de 5,50%, o que embute novas altas na taxa de
juros neste ano.
Comparativo de investimentos
Embora a poupança venha
perdendo para a inflação há meses, ela ainda segue mais vantajosa do que os
fundos de renda fixa, segundo levantamento da Anefac, "principalmente
sobre os fundos cujas taxas de administração sejam superiores a 1% ao
ano".
Vale lembrar que os
rendimentos da caderneta de poupança são isentos do pagamento de imposto de
renda e de taxas de administração. Numa aplicação no CDB, por exemplo, o
investidor precisaria obter uma taxa de juros de pelo menos cerca de 85% do CDI
para atingir rentabilidade líquida equivalente à oferecida pela poupança,
destaca a Anefac.
Na parcial do ano até abril, a
rentabilidade da poupança também superou a do Ibovespa e do ouro. Veja abaixo o
ranking de rentabilidade nominal (sem considerar a inflação e imposto de renda)
dos principais investimentos em 2021, segundo levantamento do administrador de
investimentos Fabio Colombo.
- IGPM: 9,89%
- Dolar: 4,70%
- Títulos atrelados ao IPCA: 2,85%
(indicativo)
- Euro: 2,41%
- IPCA: 2,35% (estimativa)
- Fundos DI: 0,70% (média)
- Fundos de Renda Fixa: 0,70% (média)
- CDB: 0,66% (média)
- Poupança: 0,51% (estimativa)
- Ibovespa: 0,10%
- Ouro: 3,32%
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