Helen, a esposa de Lázaro
Barbosa, de 32 anos, morto ontem em uma ação policial após 20 dias sendo
procurado em Goiás, disse em entrevista ao jornalista Roberto Cabrini, da TV
Record, que chegou a receber mensagens de áudio do marido. Ele teria feito
contato pelo celular da ex-companheira dele, Luana, que foi acusada de ajudar o
foragido e receber R$ 300 dele.
Em relato à TV, Luana e Helen
ficaram frente a frente e confirmaram que Lázaro chegou na casa de ex-mulher um
dia antes de ser baleado pela PM. Segundo Luana, o homem entrou em sua casa,
pediu seu celular e enviou mensagens então atual esposa. Helen diz que se
assustou ao notar as mensagens remetidas à Luana: "Oi, oi, oi, é eu",
escreveu o fugitivo.
Respondi 'oi' e ele falou:
'Olha, a polícia tá botando um monte de crime no meu nome dizendo que foi eu
que fiz, e não foi. Estão botando um monte de crime nas minhas costas. Estou
desesperado porque estão prendendo um monte de gente que não tem nada a ver
comigo, que não me ajudou.'"
Em seguida, Helen diz que
orientou que ele se rendesse à polícia, mas ouviu uma resposta negativa.
"'Moço, pelo amor de Deus, se entrega. Tem advogado, tem defensor público.
Eles não vão te matar', e ele disse que não ia se entregar", acrescenta.
Helen ainda disse que a filha de Lázaro estava com saudades e pedia pela volta
do pai. "Ele me pediu para levar a criança até ele, e eu disse: 'Você tá
louco?'", conta ela, que diz ter apagado toda a conversa para não
prejudicar Luana.
Luana diz que também se
surpreendeu com a visita de Lázaro. Ele foi filmado por câmeras de segurança
andando próximo à região, em Águas Lindas de Goiás. "Ele me pegou de
surpresa, jamais pensei que viria atrás de mim. Eu não tenho o número dele, não
tenho o telefone dele, nunca conversei com ele durante a caçada", disse.
Sobre a morte da de Cláudio
Vidal de Oliveira, de 48 anos, Carlos Eduardo Marques Vidal, de 15, Gustavo
Marques Vidal, de 21, e Cleonice Marques, de 43, Lázaro confirmou que matou a
família e explicou o que o teria motivado.
"Ele me falou que essa
catástrofe que aconteceu na vida dele foi real, disse que quando chegou lá as
pessoas já vieram com a arma para cima dele. Ele disse que tinha matado mesmo,
pelo simples fato de terem recebido ele de má forma", conta Luana.
Lázaro recebeu ajuda, diz
Caiado
O governador de Goiás, Ronaldo
Caiado (DEM), afirmou que serão investigados indícios de participação de outras
pessoas auxiliando Lázaro. Ele disse que as investigações apontam que
"houve uma proteção de algumas pessoas, não só no setor rural, mas na
cidade de Cocalzinho, que deram guarida para ele ter um local onde dormir, se
alimentar".
"Ele era informado do
deslocamento da polícia. Não era uma pessoa, como se pensava, que estivesse
sozinho, sem proteção nenhuma na mata. Está bem claro para nós, estão avançando
as investigações para saber a quem interessava manter esse contato e por que
ficaram escondendo o Lázaro e facilitando a fuga", completou.
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