Especialista ressalta que as
vacinas continuam sendo muito indicadas à sociedade e que ocorrências adversas
são normais em qualquer medicamento ou imunizante
De acordo com o imunologista e
professor do Departamento de Patologia e Medicina Legal da Universidade Federal
do Ceará (UFC), Edson Teixeira, é importante ressaltar que as vacinas continuam
sendo “super indicadas” à sociedade e que ocorrências adversas são
normais em qualquer medicamento ou imunizante ao redor do
mundo.
A vacinação é a única forma de
sairmos dessa pandemia, e os efeitos colaterais existem para qualquer vacina e
para qualquer medicamento. Eles são absolutamente toleráveis e isso não é motivo
para que as pessoas deixem de tomar as suas vacinas, que vão proteger contra
essa doença [Covid-19], muitas vezes, letal”
EDSON TEIXEIRA (imunologista
e professor da UFC)
O especialista explica também
que os sintomas podem aparecer em qualquer pessoa, o que pode acabar gerando
medo entre a população, “sobretudo os [grupos] com comorbidades”. No entanto,
as reações atingem um fragmento bastante pequeno do grupo vacinal e, quando
isso ocorre, são gerados efeitos leves.
Além disso, ao longo das
décadas, o processo de imunização foi fundamental para controlar
inúmeras doenças infecciosas causadas por uma diversidade de
microrganismos.
“[O surgimento das vacinas]
mudou completamente a forma como a humanidade evoluiu, e aumentou sua
expectativa de vida. Até hoje, é muito importante manter essas coberturas altas
para a saúde pública”, pontua Teixeira.
CORONAVAC/BUTANTAN
A vacina CoronaVac, produzida
nacionalmente pelo Instituto Butantan, utiliza a tecnologia do vírus da Sars-Cov-2
inativado, que é por onde o organismo humano começa a produzir os
anticorpos de combate à doença.
Após estudos da fase três, o
imunizante apresentou uma taxa de eficácia de 50,38%. Além
disso, caso as pessoas venham a adquirir a Covid-19 após a vacinação, há uma
chance de 78% de elas não precisarem de atendimento médico e de 100% de que a
infecção não irá se intensificar.
Atualmente, o Butantan
recomenda que a segunda dose da vacina seja aplicada num intervalo entre 21 e
28 dias, pois estudos mais recentes demonstraram que a eficácia do imunizante
atingiu um índice de 64% nessas condições.
Os efeitos
adversos mais comuns são dores no local da aplicação e dores
de cabeça após a primeira dose. Segundo site do Instituto, não foram
registrados sintomas graves e de interesse especial relacionados à vacinação.
OXFORD/ASTRAZENECA
O imunizante da
Oxford/AstraZeneca, produzido em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
no Brasil, foi desenvolvido a partir de um vetor viral - adenovírus -,
o qual carrega informações genéticas da Covid-19 ao organismo.
Após atualização da
farmacêutica AstraZeneca, em março deste ano, os índices de
eficácia da vacina atingiram 79% em casos sintomáticos. Já em idosos a
partir de 65 anos, o percentual chega a 85%. A proteção para casos graves, que
necessitam de hospitalização, fica em 100%.
As reações colaterais mais
apresentadas foram: sensibilidade no local da injeção (relatada
por mais de 60% dos voluntários); dor no local da injeção, dor de
cabeça e fadiga (relatadas por mais de 50% dos voluntários); dor
no corpo e mal-estar (relatadas por mais de 40% dos
voluntários); febre e calafrios (relatados por mais de 30% dos
voluntários); e dor nas articulações e náusea (relatadas por
mais de 20% dos voluntários).
Além disso, em maio, o
Ministério da Saúde resolveu suspender a vacinação de gestantes e
puérperas com a AstraZeneca após suspeita de efeito adverso que causou óbito
de grávida e feto no Rio de Janeiro.
PFIZER/BIONTECH
De acordo com o imunologista
Edson Teixeira, a vacina da Pfizer/BioNTech utiliza de uma tecnologia recente
de RNA Mensageiro - um ácido nucleico - que leva a informação
para formar a proteína da Sars-Cov-2 dentro do organismo. “Depois da produção
dessa proteína do vírus, o nosso organismo passa a produzir anticorpos e
células específicas para essa proteína igual a outras vacinas”.
As taxas de eficácia da
vacina chegam a 95% após a aplicação de duas doses e tendem a diminuir,
gradativamente, ao longo do tempo, conforme relatou o CEO da Pfizer, Albert
Bourla, em entrevista à revista francesa Les Echos.
Os efeitos adversos mais comuns,
apresentados nos ensaios clínicos, foram fadiga, dores de
cabeça e dores no corpo após a segunda dose. Além
disso, nenhum efeito grave foi relatado.
SPUTNIK V
O imunizante Sputnik V,
desenvolvido pelo Centro Gamaleya na Rússia, utiliza de um vetor viral - adenovírus -,
assim como a Oxford/AstraZeneca. No entanto, a Sputnik recorre a dois tipos
distintos de adenovírus na aplicação das diferentes doses da vacina, a fim de
diminuir o risco de resistência do organismo à resposta imunológica.
Segundo estudo publicado
na revista científica The Lancet, o índice de eficácia do
imunizante é de 91,6%, demonstrando-se 100% eficaz em casos graves e mortes
após 21 dias da ingestão da D1.
Entre os sintomas colaterais
mais citados no estudo estão o desconforto no local da injeção, dores
de cabeça, cansaço e sintomas gripais leves. Neste cenário, nenhuma reação
adversa grave foi atribuída à vacina.
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