Texto tem apoio de partidos,
entidades e políticos e reúne todos argumentos em 271 páginas
Com 46 assinaturas e 271 páginas, a Câmara recebeu nesta quarta-feira, 30, um superpedido de impeachment contra o presidente da República, Jair Bolsonaro. O documento é assinado por deputados da oposição e da centro-direta, como Joice Hasselmann (PSL-SP), Kim Kataguiri (DEM-SP) e Alexandre Frota (PSDB-SP). A iniciativa foi antecipada pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), que revelou a movimentação em abril.
O texto foi elaborado pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia
(ABJD) e tem como signatários, além dos parlamentares, entidades
representativas da sociedade e personalidades e aponta uma série de crimes que
teriam sido cometidos por Bolsonaro desde que assumiu a presidência.
O pedido reúne os autores dos mais de 100 pedidos já protocolados desde o
início do mandato, com 23 tipos de acusações de crimes penais que teriam sido
cometidos pelo presidente. A frente reúne PSOL, PT, PDT, PV, Rede
Sustentabilidade, Cidadania, Central de Movimentos Populares (CMP), União
Nacional dos Estudantes (UNE) e Movimentos dos Trabalhadores Sem-Terra (MST),
entre outros.
"As últimas denúncias de corrupção na compra de vacina trazem mais força
ainda ao pedido", afirmou o líder da Oposição na Câmara, deputado
Alessandro Molon (PSB-RJ).
"O que está sendo feito aqui é algo histórico", disse o deputado Kim
Kataguiri (DEM-SP). "Bolsonaro é um irresponsável, tirando máscara de
bebezinho", afirmou a deputada Joice Hasselmann.
Ela disse ter se arrependido de ser líder do governo Bolsonaro, a quem chamou
de "ogro".
O pedido menciona que Bolsonaro teria cometido crime contra o livre exercício
dos poderes, ao participar de ato com ameaças ao Congresso e Supremo Tribunal
Federal (STF); usar autoridades sob sua subordinação para praticar abuso de
poder no espisódio de troca do comando militar e interferir na Polícia Federal;
incitar militares à desobediência à lei ou infração à disciplina; provocar
animosidade nas classes armadas, ao incentivar motim dos policiais militares em
Salvador; e as omissões e erros no combate à pandemia, que seriam crie contra a
segurança interna.
A escolha de dar ou não seguimento aos pedidos de impeachment é do presidente
da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), aliado do governo. A maioria dos
pedidos, no entanto, chegou à Casa ainda na gestão de Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Veja quem assinou o superdido:
- Mauro de Azevedo Menezes,
membro da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD);
- Tânia Maria de Oliveira,
integrante Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD);
- Sônia Guajajara,
coordenadora-executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil
(APIB);
- Inácio Lemke,
presidente do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic);
- Paulo Jerônimo de Sousa,
presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI);
- Marco Aurélio de Carvalho,
coordenador do Grupo Prerrogativas;
- Raimundo José Arruda Bastos,
coordenador da Associação Brasileira de Médicos e Médicas pela Democracia
(ABMMD);
- Iago Montalvo Oliveira Campos,
presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE);
- Rozana Fonseca Barroso da Silva,
presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes);
- Cristina de Faria Cordeiro,
presidente da Associação Juízes para a Democracia (AJD);
- Gabriel Napoleão Velloso Filho,
desembargador do Trabalho e integrante da Associação Juízes para a
Democracia (AJD);
- Claudia Maria Dadico,
Associação Juízes para a Democracia (AJD);
- Ana Paula Costa Barbosa,
representante do Coletivo Defensoras e Defensores Públicos pela
Democracia;
- Sheila Santana de Carvalho,
da Coalizão Negra por Direitos;
- Douglas Belchior,
da Coalizão Negra por Direitos;
- Symmy Larrat Brito de Carvalho,
presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e
Transexuais (ABGLT);
- Vanessa Patriota da Fonseca,
integrante do Fórum Social Mundial Justiça e Democracia (FSMJD);
- Mauri José Vieira da Cruz,
integrante do Fórum Social Mundial Justiça e Democracia (FSMJD);
- Nalu de Faria da Silva,
da Marcha Mundial das Mulheres;
- Maria Anna Eugênia do Valle Pereira
Stockler, representante da 342 Artes;
- Raimundo Vieira Bonfim,
coordenador-geral da Central de Movimentos Populares (CMP);
- Guilherme Boulos,
coordenador da Frente Povo Sem Medo;
- Alex Sandro Gomes,
presidente da Associação Nacional das Torcidas Organizadas do Brasil
(Anatorg);
- João Paulo Rodrigues Chaves,
do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST);
- José Reginaldo Inácio,
presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST);
- Adilson Gonçalves de Araújo,
presidente nacional da Central de Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil
(CTB);
- Edson Carneiro da Silva,
presidente da Intersindical Central da Classe Trabalhadora;
- Sérgio Nobre,
presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT);
- Atnágoras Teixeira Lopes,
da Central Sindical e Popular Conlutas;
- Miguel Eduardo Torres;
- José Gozze,
presidente nacional da Pública Central do Servidor;
- Edmilson Silva Costa,
secretário-geral do PCB;
- Carlos Siqueira,
presidente nacional do PSB;
- Gleisi Hoffmann,
presidente nacional do PT;
- José Maria de Almeida,
presidente nacional do PSTU;
- Juliano Medeiros,
presidente nacional do PSOL;
- Carlos Lupi,
presidente nacional do PDT;
- Leonardo Pericles Vieira Roque,
presidente nacional da Unidade Popular (UP);
- Luciana Santos,
presidente nacional do PCdoB;
- Rui Costa Pimenta,
presidente da Executiva Nacional do PCO;
- Heloísa Helena,
presidente da Rede Sustentabilidade;
- Wesley Elderson Diógenes Nogueira,
da Rede Sustentabilidade;
- Roberto Freire,
presidente Nacional do Cidadania;
- Joice Hasselmann,
deputada federal (PSL-SP);
- Kim Kataguiri,
deputado federal (DEM-SP);
- Alexandre Frota, deputado federal (PSDB-SP).
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