A apoiadores, presidente
voltou a dizer que há fraude nas urnas eletrônicas e fez novas acusações a ministro
Barroso, do TSE
O presidente Jair Bolsonaro
insinuou nesta segunda-feira (19) que pode desistir da candidatura à reeleição
em 2022 caso não seja aprovada no Congresso a impressão dos votos das urnas
eletrônicas.
Em um discurso já recorrente,
o presidente afirmou aos apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada, que
"eleição sem voto auditável não é eleição, é fraude".
Bolsonaro disse ainda que os
votos das urnas eletrônicas serão auditados dentro do TSE (Tribunal Superior
Eleitoral), "de forma secreta "e "pelas mesmas pessoas que
liberaram o Lula [ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva] e o tornaram
elegível".
Na realidade, todos as fases
da votação, segundo o TSE, são auditáveis e podem ser acompanhadas por
integrantes dos partidos políticos do país. O retorno do voto impresso foi
testado em 2002 e descartado por várias falhas no processo.
"Olha, eu entrego a faixa
para qualquer um, se eu disputar eleição...", deixou no ar Bolsonaro.
"Agora, participar dessa eleição com essa urna eletrônica...",
completou, dando a entender que pode não concorrer à reeleição se não houver a
mudança.
A declaração é um recuo em
relação ao que disse no dia 9 de julho, quando declarou que se não houvesse a
impressão dos votos poderia não haver eleição em 2022.
O chefe do Executivo foi além
na análise. De acordo com ele, o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso,
interferiu no Poder Legislativo para barrar o voto impresso no Congresso.
"O Barroso foi para
dentro do Parlamento fazer reunião com os congressistas. E acabou a reunião, o
que vários líderes fizeram? Trocaram os parlamentares pra votar contra o
parecer do deputado Filipe Barros [PSL-PR], relator do projeto."
Em sua visão, a urna
eletrônica tem tecnologia defasada e é falsa a informação de que o sistema do
TSE é inviolável.
O presidente justificou a
falta de pressa na conversa de mais de 20 minutos com os apoiadores em
Brasília. "Estou sem agenda", contou. O dia, brincou, será dedicado à
cobrança dos ministros.
Bolsonaro ficou internado
entre quarta-feira (14) a domingo (18) para tratar uma obstrução intestinal.
"Não teve nada a ver com a motociata. [O problema} Começou em Porto Alegre
[RS], mas foi um churrasco. Enchi a pança", explicou.
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