Segundo reportagem da Folha,
824 doses teriam sido aplicadas fora do prazo de validade
A Secretaria Municipal da
Saúde de Salvador (SMS) e a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab)
negaram que tenham aplicado vacinas contra a covid-19 fora do prazo de
validade. Uma reportagem da Folha de S.Paulo, publicada nesta sexta-feira (2),
apontou que a Bahia teria aplicado mais de mil doses da vacina vencida contra
covid-19 da fabricante de Oxford/Astrazeneca.
Contudo, segundo as
secretarias, a informação está errada. Em Salvador, teriam sido 824 doses do
imunizante aplicados, em 25 postos de saúde. Na Bahia, mais de 70 municípios
teriam aplicado a dose fora do prazo, a maioria somente uma vacina.
De acordo com a Sesab, o
estado “não distribui vacinas com validade vencida ou com prazo de validade
pequeno”. Os lotes vencidos que teriam sido distribuídos pelo Ministério da
Saúde (MS), segundo a Folha, foram: 4120Z001 (29/03), 4120Z004 (13/04),
4120Z005 (14/04), CTMAV501 (30/04), CTMAV505 (31/05), CTMA506 (31/05), CTMAV520
(31/05), 4120Z025 (4/06).
"Conforme explica a
superintendente de Vigilância e Proteção da Saúde (Suvisa), Rívia Barros, os
imunizantes foram aplicados no prazo de validade, mas a notificação, ou seja, o
registo no sistema do Ministério da Saúde ocorreu depois da data de
vencimento da vacina", nega a Sesab, por meio de nota. A secretaria diz
ainda que pode ter acontecido um erro de digitação no sistema do
Ministério.
Já a secretaria de
Salvador informou ao CORREIO que não houve aplicação de doses vencidas na
cidade. “A capital baiana recebeu dois dos lotes mencionados na reportagem -
Lote CTMAV506 / Lote 4120Z005 – e todas as doses foram administradas antes da
data de vencimento dos imunizantes”, comunicou a SMS, por meio de nota.
O que aconteceu, segundo a
SMS, foi um erro no sistema. “A a coordenação de imunização da SMS identificou
episódios de equívocos relacionados ao lançamento de dados no sistema
informatizado da estratégia, ou seja, a aplicação das doses foi realizada
dentro do período determinado pelo fabricante do imunobiológico e apenas o
registro no sistema do banco de dados do Ministério da Saúde foi efetuado em
data posterior a aplicação da vacina”, esclarece.
A pasta também afirmou que tem
utilizado todas as ferramentas para minimizar possíveis falhas no processo de
imunização contra covid-19 na cidade.
O Ministério da Saúde (MS),
responsável por enviar as doses aos estados, alegou que nenhuma dose de
vacina é entregue vencida. “A pasta acompanha rigorosamente todos os prazos de
validade das vacinas covid-19 recebidas e distribuídas pela pasta”,
explica, por meio de nota.
O MS ainda disse que as
doses entregues para as centrais estaduais devem ser
imediatamente enviadas aos municípios pelas gestões estaduais, como
acordado com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass)
e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
(Conasems).
“Cabe aos gestores locais do
SUS o armazenamento correto, acompanhamento da validade dos frascos e aplicação
das doses, seguindo à risca as orientações do Ministério”, pondera.
O órgão de saúde também disse
que a orientação, caso alguma vacina seja administrada após o vencimento,
ela não deverá ser considerada válida. Ou seja, “é recomendado
um novo ciclo vacinal, respeitando um intervalo de 28 dias entre as doses. O vacinado
deverá ser acompanhado pela Secretaria de Saúde local”, completa.
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