Agentes de
segurança e prefeito da cidade pedem que população fique em casa; explosivos
são desmontados por equipes do Gate
Os homens
fortemente armados que atacaram agências bancárias na cidade de Araçatuba, no
interior de São Paulo, na madrugada desta segunda-feira (30), utilizaram drones
para monitorar a ação. A informação foi confirmada pela Polícia Militar de São
Paulo.
"Os
infratores utilizaram drones para monitorar toda a ação, tanto na chegada ao
perímetro urbano como a fuga para a zona rural", afirmou a polícia por
meio de nota. "Foram deixados explosivos em pelo menos 14 pontos da cidade,
incluindo um caminhão carregado com emulsão de frente a uma das agências
atacadas."
O delegado do
Deic da cidade no interior de São Paulo, Carlos Henrique Cotait, afirmou que a
polícia trabalha, no momento, para retirar os explosivos do local. "O
local está com muitos artefatos explosivos, estamos esperando o Gate para
detonar as bombas que estão nos locais. Nem a perícia nem a equipe de
investigação conseguem trabalhar até que seja realizada a retirada desse
material. O local foi isolado", diz Cotait.
Segundo a
Polícia Militar, a ação ocorreu entre 23h50 e 00h e foi orquestrada por diversos
homens com posse de armas de grosso calibre e explosivos espalhados na área
central da cidade. A polícia confirmou que pelo menos duas agências tiveram
caixas danificados pelos explosivos. Outras agências também foram alvo da ação.
O grupo também
usou reféns para fazer um escudo humano e transitarem a pé com veículos
utilizados na ação. Na manhã desta segunda-feira, os policiais militares do
GATE e do COE, que atuam na capital do estado, estão em Araçatuba para apoiar
nas buscas e no recolhimento dos explosivos, bem como os BAEP das regiões de
Bauru, Presidente Prudente e São José do Rio Preto foram acionados.
Durante a fuga,
os veículos utilizados na ação foram deixados para trás com munição e
armas de grosso calibre, entre elas fuzis calibre .50 e 7.62 mm, além dos
chamados "miguelitos", artefatos de metal utilizados para furar
pneus de veículos. A polícia ainda não confirmou o número de suspeitos
envolvidos na ação, mas pelo menos 15 homens foram vistos no centro da cidade.
Com o intuito
de isolar a cidade, os infratores incendiaram veículos nas pontes do Rio Tietê
em Buritama e Santo Antônio do Aracanguá. Também foram incendiados veículos
próximo ao trevo de Guararapes e na praça de pedágio em Glicério, bem como dois
veículos no centro de Araçatuba.
Pelos menos 3
pessoas foram mortas durante a ação criminosa. A polícia também confirmou que
há informações de pessoas que deram entrada no Pronto Socorro Municipal com
ferimentos originados por conta do uso de arma de fogo. Entre os feridos, um
rapaz que passava de bicicleta pelo local foi atingido pela explosão e teve um
das pernas amputada.
Os agentes de
segurança e o prefeito da cidade pediu à população para permanecerem em casa e
evitar passar pelo centro da cidade, já que ainda há muitos explosivos no
local. A polícia continua trabalhando para desarmar os explosivos. Até o
momento, pelos menos dois suspeitos foram localizados e presos.
O coronel da
Polícia Militar, Álvaro Camilo, que está como secretário em exercício da
Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, afirmou que as forças de
segurança agiram rapidamente e que ainda é cedo para relacionar o ataque à
quadrilhas criminosas.
Semelhanças
com ação de 2017
O assalto às
instituições bancárias desta segunda-feira (30) teve algumas semelhanças com o
roubo ocorrido em 2017 na mesma cidade. "Foi um pouco parecido, mas
em 2017 não teve escudo humano. A ação desta madrugada demorou quase 2 horas. O
que chamou atenção foi o número de explosivos nas duas agências do Banco do
Brasil e da Caixa Econômica Federal. Não dá pra numerar, varredura será feita.
Vamos analisar imagens."
De acordo com o
delegado, a Polícia Militar está no principal local de fuga. Na ação, foram
usados carros de luxo e blindados. O policiamento foi reforçado na região, com
uso de helicóptero e auxílio de equipes de outras cidades do interior paulista.
Pelas redes
sociais, moradores da região relataram as horas de terror. Quem passava pelo
local no momento do assalto foi feito refém. As vítimas foram usadas como
escudos humanos e amarradas na parte externa dos carros. A base do Baep
(Batalhão de Ações Especiais de Polícia) também foi atacada com tiros de fuzil.
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